Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-627

TÍTULO: SINUS PRÉ-AURICULAR: ANÁLISE DE 07 CASOS

AUTOR(ES): GABRIELE LEAO STRALIOTTO , CARLOS ROBERTO BALLIN, LUIZA RODRIGUES CAFFARATE, SYLVIA DE FIGUEIREDO JACOMASSI, YARA ALVES DE MORAES DO AMARAL, GABRIEL GONÇALVES DIAS, GUILHERME SACHET

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA

INTRODUÇÃO

O sinus pré-auricular pode ser esporádico ou parte de síndromes envolvendo outros sistemas orgânicos e déficit auditivo.

A maioria dos pacientes é assintomática durante toda a vida, porém, em alguns casos pode haver queixa de drenagem através do orifício cutâneo.

É descrita na literatura uma abordagem cirúrgica clássica denominada sinectomia simples, com exploração cirúrgica guiada pela visualização direta ou pela palpação local. A abordagem supra-auricular, outra técnica cirúrgica descrita, preconiza uma ressecção mais ampla. Pode ser usado azul de metileno para identificação do trajeto fistuloso. Para esta abordagem, são encontradas menores taxas de recidiva ( 3,7% contra 19 a 40% para a técnica clássica ).

OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é levantar o perfil dos pacientes atendidos e operado no serviço de ORL no período de janeiro de 2005 a junho 2010 devido a sinus pré-auricular.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram coletados dados através de contato direto com cada paciente e avaliação de prontuários. Foram incluídos casos operados pelo serviço de ORL, de janeiro de 2005 a junho de 2010. Os parâmetros avaliados foram idade, sexo, queixas pré-operatórias, presença de déficit auditivo associado e recidivas pós-cirúrgicas em uma análise retrospectiva incluindo 07 casos.

RESULTADOS

Dentre os 7 casos analisados, 3 são do sexo feminino e 4 do masculino. A idade média em que foi realizada a cirurgia foi de 26,85 anos. A queixa mais comum foi a drenagem de secreção purulenta através da abertura do sinus na pele, referida por 42,8% dos pacientes. Nenhum dos casos incluídos na análise tinha queixa de hipoacusia.

Recidivas pós-operatórias foram relatadas em 2 casos.

DISCUSSÃO

A maioria das queixas encontrada para os casos avaliados foi a drenagem purulenta através da fístula cutânea, representando 42,8% de todas as queixas. Outras foram: abscesso, drenagem crônica e drenagem de material fétido. Na literatura, a apresentação mais freqüente é unilateral e à direita estando de acordo com o encontrado.

A idade de aparecimento das queixas relacionadas ao sinus variou entre 08 e 41 anos com uma discreta prevalência no sexo masculino.

Em nossa casuística, não foi percebida a presença de perda auditiva em nenhum dos pacientes estudado. O único caso analisado que apresentava sinus bilateral, não referiu queixa de hipoacusia. Encontramos 28,5% de pacientes com recidiva da fístula pré-auricular e necessidade de re-intervenção.

CONCLUSÃO

Apesar de ser uma entidade clínica que se apresente de forma assintomática na maioria dos casos, o sinus pré-auricular pode evoluir com complicações para as quais o tratamento cirúrgico pode ser indicado. É necessário ter em mente as doenças associadas e orientar o paciente quanto à necessidade de avaliação auditiva e procura de acometimento de outros sistemas, por exemplo, através do encaminhamento ao nefrologista para avaliação renal em caso de ausência de sintomas sistêmicos.

Fechar