Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-616

TÍTULO: SÍNDROME DE ORTHNER

AUTOR(ES): PAULO TINOCO , JOSÉ CARLOS OLIVEIRA PEREIRA, FLÁVIA RODRIGUES FERREIRA, RODOLFO CALDAS LOURENÇO FILHO, EUGÊNIO CARLOS DE ALMEIDA TINOCO, LEANDRO LINHARES LOURES, RAFAEL GUIMARÃES CERQUEIRA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL SÃO JOSÉ DO AVAÍ

INTRODUÇÃO: A paralisia de prega vocal está associada a algum acometimento do nervo vago ou do laríngeo recorrente, desde o forame jugular até a entrada da laringe. Essa patologia possue diversas etiologias e quando a lesão é unilateral, há um maior acometimento da prega vocal esquerda. Os pacientes do sexo masculino são os mais acometidos, com predomínio entre a sexta e sétima décadas de vida.

OBJETIVO: Apresentar um caso de Síndroma de Orthner, em um homem adulto, além de fazer uma breve revisão na literatura sobre o tema.

METODOLOGIA: Relatar um caso clínico de um paciente masculino, negro, motorista, com 65 anos, procurou nosso serviço com queixa de disfagia, disfonia e tosse persistente há, aproximadamente, dois anos. Relatava tabagismo pesado e etilismo por 30 anos, tendo cessado há um ano. Negava comorbidades. Laringoscopia indireta prejudicada pela intenso reflexo nauseoso, não sendo visulializada as cordas vocais. O paciente foi então submetido à videolaringoscopia direta que revelou paralisia de corda vocal esquerda e presença de um nódulo em terço médio de corda vocal direita. De forma a esclarecer a etiologia do quadro apresentando, o paciente foi submetido à exames complementares.

RESULTADOS: Na investigação etiológica solicitou-se uma radiografia simples do torax que revelou a presença de um nódulo pulmonar à direita e uma grande dilatação ao nível da aorta torácica. Para melhor elucidação do caso, foi realizada uma Tomografia Computadorizada de tórax e abdome, onde visualizou-se um volumoso aneurisma de aorta torácica, já na classificação de úlcera de aorta torácica, com hematoma intramural, exercendo compressão sobre o nervo laringeo recorrente esquerdo. O paciente foi encaminhado ao serviço de Cirurgia Vascular do HSJA e submetido a tratamento endovascular com endoprótese e transposição carotídeo-subclávia, encontrando-se ainda em acompanhamento e em reabilitação da função vocal com fonoterapia.

CONCLUSÃO: A paralisia de corda vocal deve ser considerada não como um diagnóstico final, mas como um sinal patológico a ser investigado. Várias podem ser as causas, as quais são classificadas de acordo com a localidade da lesão ou etiologia. Os aneurismas torácicos são mais raros que os da aorta abdominal e podem causar paralisia de corda vocal secundária a lesão do nervo laríngeo recorrente por compressão (síndrome de Orther), sendo mais comum o acometimento unilateral esquerdo da prega vocal devido o trajeto mais longo do nervo recorrente esquerdo e por sua relação com o ducto arterioso. A anamnese e o exame laringoscópico confirmam o diagnóstico de paralisia de corda vocal. O paciente deve ser investigado com exames complementares e análise multiprossifional para elucidar a etiologia dessa disfunção laríngea.

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