Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-602

TÍTULO: SEGUIMENTO PÓS-OPERATÓRIO NA CIRURGIA DO COLESTEATOMA

AUTOR(ES): TOBIAS GARCIA TORRES , FLÁVIA TEIXEIRA MACHADO, ROGÉRIO RAMOS CAIADO, ANDRÉ LACERDA CAVALCANTE, NELSON ÁLVARES CRUZ FILHO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO

A otite média crônica colesteatomatosa é um dos assuntos mais estudados dentro da otologia e, assim como seu tratamento cirúrgico, divide opiniões. Discuti-se, freqüentemente, as indicações de mastoidectomia técnica aberta e técnica fechada no tratamento do colesteatoma. A maior incidência de recidiva da doença e a possibilidade de uma cirurgia de revisão nas técnicas fechadas exigem um acompanhamento pós-operatório ainda mais rigoroso. Portanto, em situações em que não é possível garantir a continuidade do seguimento, opta-se, geralmente, pela técnica aberta. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo analisar o seguimento pós-operatório de pacientes submetidos à mastoidectomia para o tratamento da otite média crônica colesteatomatosa. Nosso serviço está inserido num complexo hospitalar privado que disponibiliza parte dos seus serviços para o Sistema Único de Saúde - SUS. Para este trabalho, foram selecionados apenas os pacientes encaminhados através do SUS, com diagnóstico de otite média crônica colesteatomatosa e submetidos à mastoidectomia no período de junho de 2005 a dezembro de 2008. Consideramos como abandono de seguimento a inexistência de retorno ambulatorial por 18 meses após a última consulta registrada. Participaram do estudo 20 pacientes. Neste grupo, 60% (N=12) eram do gênero masculino; e 40% (N=8), do gênero feminino. Faixa etária entre 9 e 71 anos com idade média de 32,6 anos. Quarenta por cento (N=8) dos pacientes fizeram seguimento pós-operatório regularmente. Houve abandono em 60% dos casos (N=12): 30% (N=6) de abandono nos primeiros 6 meses, 45% (N=13) até 12 meses e 60% (N=12) antes dos 18 meses de seguimento. Ainda não existe consenso sobre a melhor técnica cirúrgica para o tratamento do colesteatoma. Inúmeros aspectos são avaliados antes da sua definição. Mostramos neste estudo que a escolha da técnica cirúrgica no grupo de pacientes vinculados ao sistema único de saúde deve ser feita com cautela e ressalvas, uma vez que identificamos uma alta taxa de abandono do seguimento pós-operatório.

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