Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-600

TÍTULO: SCHWANOMA INTRANASAL

AUTOR(ES): FLÁVIO BERTONCELLO , PRISCILA BOGAR RAPPAPORT, FERNANDO VEIGA ANGÉLICO JÚNIOR, PAULA RIBEIRO LOPES, JULIANA COLA DE CARVALHO

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DO ABC

INTRODUÇÃO: descrito pela primeira vez por Verocay, em 1908, o schwanoma é um tumor benigno raro da bainha de nervos cranianos ou espinhais. No nariz e seios paranasais este tumor surge de ramos do tronco maxilar do trigêmeo e do sistema nervoso autônomo. De 25 a 45% destes tumores estão localizados na região de cabeça e pescoço e cerca de 4% na região intranasal. Os autores reportam um caso de um schwanoma intranasal e outro paranasal, em que a confirmação diagnóstica veio através do exame anatomopatológico após a exérese cirúrgica.

OBJETIVOS E MÉTODOS: relatar dois casos de schwanoma, um intranasal e um paranasal, dando ênfase aos achados clínicos, radiológicos, histopatológicos, abordagem cirúrgica e seguimento pós-operatório, realizando análise de prontuários e revisão de literatura.

RELATO DE CASOS: Caso 1- paciente feminino, 43 anos, com queixa de abaulamento da mucosa da arcada dentária superior e em assoalho de fossa nasal à esquerda há 1 ano e obstrução nasal discreta. Ao exame otorrinolaringológico apresentava rinoscopia de fossa nasal esquerda com abaulamento significativo de assoalho nasal. À oroscopia, abaulamento de aproximadamente 2 cm em mucosa de arcada dentária superior logo acima do dente incisivo. A nasofibroscopia confirmou rinoscopia anterior. Realizada tomografia computadorizada de seios paranasais que revelou conteúdo de partes moles ocupando seio maxilar esquerdo com pequena área de destruição e remodelação óssea. Paciente foi submetida à procedimento cirúrgico para remoção da tumoração em abril de 2010, por via endoscópica nasal e antrostomia maxilar via Caldwel-Luc associadas. No procedimento, o seio maxilar esquerdo foi aberto e então a tumoração foi retirada por completo. O exame anatomopatológico identificou fibrose e células compatíveis com schwanoma.

Caso 2- paciente feminino, 57 anos, com queixa de obstrução nasal bilateral intermitente há 5 anos, pior à direita, com sintomas alérgicos nasais discretos. À rinoscopia anterior apresentava lesão de aspecto polipóide de concha média direita que tocava o septo, hipertrofia de conchas inferiores discreta e desvio de septo nasal à esquerda, confirmados pelo exame de nasofibrolaringoscopia. Iniciado tratamento clínico com corticóide tópico nasal e sistêmico e realizada tomografia computadorizada de seios paranasais que evidenciou conteúdo de partes moles em fossa nasal direita com espessamento de seio maxilar ipsilateral e desvio septal para a esquerda. Realizada sinusectomia endonasal à direita e septoplastia sem intercorrências e enviado para exame anatomopatológico material translúcido retirado de concha média, que revelou celularidade compatível com schwanoma.

DISCUSSÃO: Verocay descreveu o tumor da bainha neural em 1908, quando acreditava tratar-se de derivado de células de Schwann com possível origem ectodérmica. Em 1910 denominou a lesão de neurinoma. Os schwanomas intranasais e de seios paranasais são raros e similares a outros tumores neurogênicos, determinando uma variedade de sinais e sintomas a depender do local anatômico acometido, nervo de origem e ou compressão de nervos ou estruturas adjacentes. O diagnóstico anatomopatológico do schwanoma pode ser um desafio.

CONCLUSÃO: embora schwanomas intranasais/paranasais sejam entidades extremamente raras, devemos sempre lembrar sua possibilidade diagnóstica e, apesar das informações obtidas através dos exames por imagens, a sua confirmação só é possível através de exame histopatológico da neoplasia.

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