Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-591

TÍTULO: RINOSSINUSITE FÚNGICA-RELATO DE CASO

AUTOR(ES): THOMAS EDUARDO COLOMBO VITUSSI , TÁCITO ELIAS SGORLON, ANTONIO ISSA, GABRIEL DE CASTRO FIGUEIREDO, PEDRO IVO ANTONIAZZI PAULIN

INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE RIBEIRÃO PRETO

INTRODUÇÃO: sinusite fúngica é dividida em invasiva e não invasiva,sendo as invasivas subdivididas em aguda e crônica e as não invasivas em bola fúngica, sinusite fúngica alérgica e saprófita. O micetoma ou bola fúngica é um tapete de hifas entrelaçadas sem invasão tecidual e/ou vascular. Caracteriza-se pelo comprometimento geralmente unilateral de um seio da face na maioria das vezes por Aspergillus, sendo o seio maxilar o mais freqüentemente acometido, sua sintomatologia mimetiza sinusite bacteriana, mas o paciente pode ser assintomático. A incidência é maior no sexo feminino e em idosos. 

CASO:  M.A.D., 75 anos, sexo feminino, encaminhada ao ambulatório de ORL da Santa Casa de Ribeirão Preto pelo serviço de neurocirurgia, com história de cefaléia hemicraniana a direita há 3 anos, durante avaliação com equipe de neurocirurgia a paciente foi submetida a Ressonância Nuclear Magnética de crânio, apresentando velamento de seio etmoidal posterior e esfenoidal a direita, sem invasão óssea e/ou vascular, com focos de hiperatenuação, que representam calcificações ou hifas sugestiva de “Bola Fúngica”, em ponderação T2. Ao exame físico não apresentava qualquer alteração.Realizado  etmoidectomia direita via endonasal com ampla antrostomia e enviado material coletado para análise anátomo-patológica compatível acúmulo de fungos nas formas de hifas septadas com aspectos morfológicos dos fungos compatíveis com Aspergilose (aspergiloma). Em pós-operatório paciente evoluiu bem com uso de corticóide nasal – furoato de mometasona e  cefalexina 500mg. Realizada Tomografia Computadorizada dos seios da face no 90 º dia pós-operatório com regressão total do quadro.

DISCUSSÃO: ‘Bola fungica” é considerada  uma condição típica de imunocompetentes. A afecção deriva da persistência de esporos no seio, que não são clareados e se multiplicam sem invadir a mucosa local.Em caso de mudança no estado imunológico do paciente a infestação fúngica pode se tornar invasiva. O quadro clínico da aspergilose é inespecífico, similar a qualquer infecção sinusal. Punções, irrigações dos seios ou múltiplas tentativas antibióticas não levam à melhora dos sintomas, Imagens radioopacas têm sido consideradas como achados patognomônicos de sinusite fúngica por alguns autores. O tratamento padrao é constituído pela remoção cirúrgica dos fungos, com restauração da drenagem mucociliar e da ventilação do seio. Devido a não invasão da mucosa pelo fungo, o uso de antifúngicos sistêmicos não está indicado.

CONCLUSÃO: Bola fúngica é uma patologia sinusal benigna que se apresenta com sintomatologia vaga. A opacidade radiológica parece constituir o sinal tomográfico mais comum. O prognóstico é muito favorável, podendo-se obter a cura clínica e a remissão de sinais radiológicos e endoscópicos.

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