Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-589

TÍTULO: RINOSSINUSITE FÚNGICA ESFENOIDAL ISOLADA

AUTOR(ES): FABIO SCAPUCCIN , FLÁVIO SERAFINI, JOSÉ ROBERTO SCAPUCCIN, MARCELO SCAPUCCIN

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

INTRODUÇÃO: A rinossinusite fúngica (RSF) apesar de referida na literatura médica há mais de dois séculos, apenas há 30 anos vem recebendo a devida atenção com o aumento da suspeição diagnóstica através de exames de imagem e melhora das técnicas laboratoriais de detecção dos fungos. O conhecimento da flora fúngica, da sintomatologia referida, além dos exames subsidiários, alertará o examinador para o diagnóstico e tratamento adequado. O presente estudo visou demonstrar a importância na suspeição diagnóstica, apesar de sua inespecífica apresentação clínica. De acordo com pesquisas, a prevalência de RSF é 6,5% entre as rinossinusites crônicas.

OBJETIVO: Descrever caso raro de rinossinusite fúngica de seio esfenoidal direito diagnosticado com achados clínicos inespecíficos, radiológicos sugestivos, confirmada laboratorialmente, e tratado com sucesso.

MÉTODO: Foi realizado o estudo de um caso atendido por serviço de Otorrinolaringologia, realizado os devidos exames complementares (Nasofibroscopia, Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética de seios paranasais), Cirurgia videoendoscópica nasossinusal e exame microbiológico específico do material encontrado na cirurgia.

RELATO DE CASO: FMR, 24 anos, masculino, solteiro, natural e procedente de Pindamonhangaba, São Paulo. Há 7 anos esteve em nosso serviço, referindo cefaléia acentuada há cerca de 10 dias, além de rinorreia purulenta bilateral. Através de nasofibroscopia ficou caracterizado pansinusopatia, sendo na época medicado com tosilato de sultamicilina por 14 dias com melhora da sintomatologia. Cerca de 03 meses depois retornou novamente com cefaléia frontal bilateral e rinorreia purulenta. Não apresentava cacosmia. Solicitado Tomografia computadorizada de controle que mostrava além de cisto de retenção em seio maxilar direito assintomático, também apresentava velamento de células etmoidais à esquerda e de seio esfenoidal direito que se apresentava nitidamente hipodesenvolvido em relação ao lado esquerdo. Medicado nessa ocasião com Amoxicilina e ácido clavulânico além de prednisolona, com melhora. Não mais retornou para controle até há 08 meses, quando voltou a apresentar cefaléia e rinorreia purulenta direita, mal cheirosa além de obstrução nasal predominantemente desse lado. Referiu que raramente apresenta espirros, coriza ou congestão nasal. Foi solicitado TC de seios paranasais que revelou velamento isolado de seio esfenoidal direito, com imagem arredondada de transparência irregular. A ressonância nuclear magnética apresentava imagem de densidade metálica no seio esfenoidal sugestiva de presença de fungo, confirmado laboratorialmente pós-tratamento cirúrgico.

DISCUSSÃO: A rinossinusite fúngica esfenoidal isolada apresenta clínica inespecífica e refratária aos tratamentos habituais. Por sua inespecificidade clínica, seu diagnóstico requer suspeição em todo caso de rinossinusite recorrente que apesar da melhora da sintomatologia com tratamento habitual, persiste alteração radiológica. A etiologia fúngica pode estar presente desde o primeiro episódio como em imunodeprimidos ou aparecer em conseqüência de lesões repetidas da mucosa sinusal.

CONCLUSÃO: Rinossinusite Fúngica esfenoidal isolada é rara e muitas vezes difíceis de diagnosticar, com apresentação dos sintomas frequentemente vagos e não específicos. Quando não diagnosticada e tratada adequadamente, pode resultar em considerável grau de morbidade.

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