Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-587

TÍTULO: RINOSSINUSITE FÚNGICA AGUDA INVASIVA E CRÔNICA INVASIVA: RELATO DE 2 CASOS REPRESENTATIVOS

AUTOR(ES): EMANUEL CAPISTRANO COSTA JUNIOR , EDWIN TAMASHIRO, TASSIANA LAGO, GUILHERME PIETRUCCI BUZATTO, MARCELO JUNQUEIRA LEITE, FABIANA CARDOSO PEREIRA VALERA, WILMA TEREZINHA ANSELMO-LIMA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: Apesar das controvérsias existentes na denominação das formas invasivas de rinossinusite fúngica (RSF), a classificação mais aceita é a proposta por DeShazo, baseada em achados histopatológicos. As RSF invasivas são subdivididas em 3 subgrupos: Aguda, Crônica e Granulomatosa. A seguir descreveremos um caso representativo de RSF Aguda Invasiva e outro de RSF Crônica Invasiva acompanhados no nosso serviço.

APRESENTAÇÃO DE CASO: Paciente de 61 anos, sexo feminino, com linfoma em quimioterapia, desenvolveu quadro sugestivo de rinossinusite aguda tratada com ceftriaxona. Após um mês manteve queixa de cefaléia e edema peri-orbitário à esquerda. Realizada tomografia computadorizada de face e nasofibroscopia que evidenciou áreas de necrose com extensão orbitária por provável acometimento fúngico. Feito debridamento cirúrgico agressivo e colhido material para anatomopatológico. Confirmada a invasão de mucosa por estruturas fúngicas, a paciente foi tratada com anfotericina B.

Paciente de 77 anos, feminina, diabética descompensada, com quadro de paralisia de pares cranianos (NC II ao VII) e proptose à direita. Em tomografia computadorizada e ressonância magnética de crânio evidenciaram-se acometimento de todos os seios paranasais à direita, trombose do seio cavernoso e síndrome do ápice orbitário. Na nasofibroscopia havia presença de massa degenerada com necrose em concha média direita por provável acometimento fúngico. Submetida a 2 debridamentos cirúrgicos com coleta de material para patologia e medicada com anfotericina lipossomal, evoluiu com AVC hemorrágico e óbito.

DISCUSSÃO: A RSF Aguda Invasiva acomete quase exclusivamente indivíduos imunodeprimidos, como os pacientes com neoplasias hematológicas e em quimioterapia. Os principais agentes etiológicos são os fungos Mucor e os do gênero Aspergillus. Apresenta-se na maioria das vezes com isquemia local e necrose com reação inflamatória escassa.

A RSF Crônica Invasiva é associada a pacientes com diabetes melitus descompensado e tratamento crônico com corticoesteróides. Causada mais comumente por fungos do gênero Aspergillus. Apresenta no anatomo-patológico denso a cúmulo de fungos em mucosa com reação inflamatória, células gigantes ocasionais e, em alguns casos o fenômeno de Spledore-Hoepelli.

A RSF Granulomatosa Invasiva tem predominância geográfica na Ásia, acomete preferencialmente pacientes imunocompetentes, quase que exclusivamente causada por Aspergillus flavus. Apresenta-se como massa que pode envolver nariz e seios paranasais, podendo causar proptose e muitas vezes mimetizar uma invasão maligna.

COMENTÁRIOS FINAIS: Uma acurada história clínica, acompanhada de avaliação endoscópica, tomográfica e especialmente anatomo-patológica vão conduzir a um tratamento precoce e mais específico. A compensação das comorbidades de base, o uso de antifúngicos sistêmicos e o debridamento cirúrgico individualizado são pilares chaves no tratamento desses pacientes.

Fechar