Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-579

TÍTULO: RINOLITÍASE ASSOCIADA A SINÉQUIA NASAL: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): EDUARDO GARCIA , TALEB ABD ALI ABOU HANZE, MÁRCIO MONTEIRO AQUINO, ANA MARGARIDA BASSOLI CHIRINÉA, CÍCERO MATSUYAMA

INSTITUIÇÃO: INSTITUTO CEMA DE OFTALMOLOGIA E OTORRINOLARINGOLOGIA

INTRODUÇÃO: A rinolitíase é uma doença rara caracterizada pela presença de formações calcárias na fossa nasal, depositadas progressivamente ao redor de um corpo estranho. Este pode ser de origem exógena (vegetais, materiais plásticos, metais, etc) ou endógena (crostas purulentas, coágulos, raízes dentária,etc).

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de rinolitíase associada a sinéquia nasal em um paciente adulto atendido no Ambulatório de Otorrinolaringolgia do Instituto CEMA no mês de outubro de 2009. O paciente foi submetido a Termo do Consentimento Livre e Esclarecido, estando ciente e de acordo com a realização deste estudo.

RELATO DE CASO: Paciente BORM, 25 anos, sexo masculino, natural e procedente de São Paulo, foi atendido no Ambulatório de Otorrinolaringologia do Instituto CEMA com quadro de obstrução nasal crônica bilateral pior a direita, intermitente, associada a episódios de rinorréia purulenta e fétida com piora importante dos sintomas nos últimos seis meses. A endoscopia nasal apresentava ausência da porção anterior de concha nasal inferior associada a presença de sinéquia entre parte inferior de septo nasal e parede lateral de narina direita. Visualizava-se, ainda, massa acinzentada de consistência pétrea e superfície irregular em meio a secreção purulenta e de odor fétido ocupando o meato inferior no terço médio de fossa nasal direita. Foi confirmada a hipótese diagnóstica de rinolitíase, sendo indicada a remoção em centro cirúrgico sob visão endoscópica.

DISCUSSÃO: A origem e fisiopatogenia da rinolitíase ainda é motivo de controvérsia.Pode ser de origem exógena (como grãos, pedaços de papel, plástico, etc) ou endógena (secreções, coágulos, fragmentos de dentes, etc). A hipótese mais aceita é a de que a presença de um corpo estranho na fossa nasal desencadearia uma reação inflamatória focal, levando a deposição progressiva de várias substâncias entre elas o carbonato e fosfato de cálcio. Nosso paciente, apresentava sintomas de obstrução nasal bilateral e rinorréia recorrentes que se tornaram contínuos e exuberantes apenas nos últimos 6 meses antes do diagnóstico. Entre as principais complicações da rinolitíase estão: fístulas oroantral e/ou oronasal, sinéquias, desvio e perfurações septais, destruição de parede lateral de nariz e outras estruturas adjacentes.

CONCLUSÃO: O diagnóstico da rinolitíase é muitas vezes tardio e associado a complicações, devendo ser considerado na presença de sintomas nasais persistentes, especialmente quando unilaterais. Este estudo reforça a importância de uma anamnese detalhada bem como o auxílio de exames de imagem e endoscópicos no diagnóstico da rinolitíase, uma doença pouco freqüente no cotidiano otorrinolaringológico.

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