Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-571

TÍTULO: RESOLUÇÃO ESPONTÂNEA DE PÓLIPO HEMORRÁGICO EM PREGA VOCAL

AUTOR(ES): DANILO NUNES GOSLING , ALEXANDRE COLOMBINI SILVA, WALTER SCHETTINI JR., ALEX BARALDO, ANNIE GOMES, GRAZZIA GUGLIELMINO CRUZ, ALEXANDRE FELIPPU NETO

INSTITUIÇÃO: INSTITUTO FELIPPU

INTRODUÇÃO: Os pólipos das pregas vocais são lesões de massa, benignas, de coloração e tamanhos variáveis, podendo ser sésseis ou pediculados. Ocorrem em diferentes regiões das pregas vocais, sendo freqüentemente encontrados no terço médio e anterior. São geralmente unilaterais, podendo em 10% dos casos apresentarem formações bilaterais assimétricas. Os pólipos originam-se a partir de pequenos traumatismos, que podem ser fonatórios ou não, como por exemplo, na presença de refluxo gastroesofágico, aspiração de substâncias químicas agressivas ou ainda atividades respiratórias intensas, como o esforço utilizado para tocar instrumentos de sopro. O hábito de fumar e a ingestão de bebidas alcoólicas são importantes fatores agravantes. Nos pacientes com este tipo de lesão o sintoma predominante é a rouquidão soprosa de caráter variável. Alterações vocais qualitativas, como por exemplo, a aspereza sugere a possibilidade de uma alteração estrutural mínima em prega vocal contralateral.

Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 27 anos, operadora de telemarketing, com queixa de disfonia soprosa, de inicio súbito, após abuso vocal. Procurou nosso serviço para avaliação e conduta otorrinolaringológica. No exame videolaringoestroboscópico, evidenciou-se a presença de pólipo hemorrágico em prega vocal esquerda, de aproximadamente 3,5mm associado a edema, hiperemia e hemorragia submucosa em remissão em prega vocal ipsilateral. Não havia evidência de alteração estrutural mínima em prega vocal contra lateral. Refere etilismo social e tabagismo. Nega sinais e sintomas de refluxo laringofaríngeo e uso de medicações de rotina. Frente a estes achados, foi indicado fonoterapia, higiene vocal e suspensão do tabagismo visando auxiliar na regressão do edema do pólipo e das áreas subjacentes e de reduzir a área da intervenção cirúrgica. A paciente retorna após cinco meses, tempo superior ao solicitado para cuidados e fonoterapia, relatando melhora da qualidade vocal, não apresentando disfonia. Realizada nova avaliação videolaringoestroboscópica, não evidenciado a presença do pólipo em prega vocal direita e resolução dos processos inflamatórios adjacentes. Realizado seguimento ambulatorial da paciente e seguimento com fonoterapia, sem novas queixas vocais após este evento.

DISCUSSÃO: Os pólipos hemorrágicos são lesões benignas comumente removidas cirurgicamente. Embora esta modalidade ofereça na maioria dos casos resultados satisfatórios, existe um subconjunto de pólipos, que parece resolver-se com terapia conservadora. Frente a este conjunto, sugere-se um regime de terapia vocal pré-cirúrgico, de curta duração, com orientações quanto à higiene vocal, visando auxiliar na regressão do edema do pólipo e das áreas subjacentes, reduzindo-se a área da intervenção cirúrgica. Recidivas de pólipos são raras e, quando ocorrem, alterações estruturais mínimas ocultas devem ser investigadas.

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