Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-569

TÍTULO: REPERCUSSÕES TARDIAS NA DEGLUTIÇÃO E DOS ÓRGÃOS FONOARTICULATÓRIOS EM CRIANÇAS APÓS CIRURGIA DAS TONSILAS

AUTOR(ES): SILKE ANNA THEREZA WEBER , ANETE BRANCO, DANIELA DE SOUZA NEVES, THAIS HUEHARA, RENATO OLIVEIRA MARTINS, THALITA AZEVEDO FRACALOSSI

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - UNESP

INTRODUÇÃO: Quadros de obstrução nasal são freqüentes na infância. Estima-se que o pico de incidência seja encontrado na idade pré-escolar pela hipertrofia das tonsilas faríngea e palatinas, resultado de uma via aérea mais estreita. A obstrução nasal é fator causal da respiração oral e de alterações dos órgãos fonoarticulatórios e das funções orais como a deglutição.

OBJETIVO:  avaliar o sistema sensório motor oral e a deglutição de crianças após cirurgia das tonsilas.

METODOLOGIA: 89 crianças com diagnóstico de distúrbios respiratórios do sono e obstrução nasal foram avaliadas após cirurgia das tonsilas.  Foram excluídas as com doenças neurológicas e as portadoras de síndromes genéticas. Os órgãos fonoarticulatórios foram avaliados pela observação e toque das estruturas orofaciais em repouso. A deglutição foi avaliada por meio da videofluoroscopia com a oferta de 5 ml de líquido e foram observadas as características das fases oral e faríngea.

RESULTADOS: 44 meninos e 45 meninas com idade de 7 a 19 anos e com idade cirúrgica de 5 anos apresentaram rinite (65%) e ronco noturno (35%). Na avaliação dos órgãos fonoarticulatórios foram encontradaos língua alargada, assimetria de bochechas e respiração predominantemente oral (85%). Na videofluoroscopia, não houve lentificação das fases oral e faríngea, não houve vedamento labial durante a deglutição em 51% das crianças e 59,9% usaram manobras de deglutição. Em 51% das crianças foi encontrado estase em valécula. Das 76 crianças com respiração oral, 41 não apresentam vedamento labial durante a deglutição e 40 apresentaram estase em valécula. Na observação das características craniofaciais, 49,4% das crianças apresentaram alterações na oclusão com palato em ogiva e desvio de septo, além disso, 47% fazem o uso de aparelho ortodôntico. Das 44 crianças que apresentaram alteração craniofacial, 25 não apresentaram vedamento labial durante a deglutição e 21 apresentaram estase da oferta na valécula.  Por fim, das 42 crianças que fazem uso de ortodontia, 21 não apresentam vedamento labial durante a deglutição e 23 apresentaram estase da oferta.

CONCLUSÃO: A persistência de desordens respiratórias obstrutivas e alterações nos órgãos fonoarticulatórios e na dinâmica da deglutição são frequentes após cirurgia das tonsilas.

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