Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-559

TÍTULO: RELATO DE CASO: CISTO BRANQUIAL DE LOCALIZAÇÃO ATÍPICA

AUTOR(ES): LILIANE SATOMI IKARI , WILSON LUIZ VALIM ZERBINATTI, FELIPE ALMEIDA MENDES, CAROLINA SCHAFFER, LUIS ANTONIO BRANDI FILHO, JULIAA MARTINS ARAÚJO CARDOSO BERTONCELLO, SILVIO ANTÔNIO MONTEIRO MARONE

INSTITUIÇÃO: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

INTRODUÇÃO: Os cistos de fenda branquial apresentam-se de acordo com sua origem, podendo ser da 1ª à 4ª fenda. A fenda que fornece o maior número de casos clínicos é a 2ª.

Sua localização preferencial é na parte mais alta da região jugulocarotídea, abaixo do ângulo da mandíbula e em frente dos grandes vasos.

Os cistos podem ter comunicação com a base da loja amigdaliana e se estender desde a fossa supraclavicular até a base do crânio.

No entanto, não é isso o habitual; no geral os cistos se apóiam na bainha carotídea, sem infiltrá-la ou aderir a ela, e se espraiam anteriormente, diante da borda do músculo esternocleidomastóideo, na bifurcação da carótida.

 

OBJETIVO: Relatar um caso de cisto branquial em base de língua.

 

RELATO DO CASO: APS, feminino, 2 meses , com quadro de disfagia, dispnéia, apnéia do sono e perda ponderal com piora progressiva há cerca de 1 mês. Ao exame clínico apresentava lesão de aspecto cístico em região de base de língua a direita, com cerca de 4cm de diâmetro, sem sinais flogísticos ou drenagem ativa de secreções. À TC de pescoço revela: lesão de aspecto cístico com conteúdo hipodenso no interior, em base de língua exercendo leve protrusão da mesma e sem invasão de outras estruturas. Optado por ressecção cirúrgica. O anatomo patológico revelou epitélio escamoso colunar com agregação linfóide, compatível com cisto branquial. Paciente apresentou boa evolução no pós operatório, sem recidiva da doença até o momento.

 

DISCUSSÃO: Os cistos branquiais embora de origem congênita se manifestam clinicamente, de uma maneira geral, na 2ª e 3ª décadas de vida, sendo raro a sua manifestação na infância, como no caso estudado.Na faixa etária deste paciente, é mais comum a ocorrência de fístulas.

Apresentam-se com tamanhos variados, geralmente crescem lentamente, são indolores e se localizam ao longo da borda anterior do músculo esternocleidomastoideo, sobre a bainha carotídea, no terço inferior ao nível do ângulo mandibular e raramente dentro da cavidade oral.

A etiopatogenia do aparelho ou sistema branquial pode ser descrita pelo desenvolvimento incompleto do 2º arco superpondo-se aos inferiores constituindo, dessa maneira, o seio cervical ou seio pré-cervical de Hiss no fundo do qual ficam sepultados o 3º e 4º arcos com suas respectivas fendas. O fechamento incompleto do seio cervical ou a perfuração da membrana obturadora poderá ocasionar a formação de fístula ou cisto branquial.

A grande maioria dos casos de cistos branquiais é derivada do 2º arco. A maioria localiza-se no espaço submandibular. Contudo podem ocorrer da orofaringe (como no caso relatado) até a região supraclavicular. Clinicamente manifestam-se como massas cervicais de aspecto cístico e indolores, adjacentes a broda anteromedial do músculo esternocleidomastoideo.

À TC, é possível visualizar massa homogênea, de conteúdo líquido e de parede delgada, achados semelhantes a maioria dos cistos branquiais descritos na literatura.

O tratamento de escolha é o cirúrgico, com exérese do cisto. É importante destacar que a conduta cirúrgica neste caso foi imprescindível devido à acelerada perda ponderal.

 

CONCLUSÃO: Devido à localização do cisto branquial neste caso estudado (base de língua) e da faixa etária da paciente, concluímos que se trata de um caso raro e que possuí relevância científica.

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