Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-558

TÍTULO: RELATO DE CASO: CARCINOMA ESPINOCELULAR DE ASSOALHO DE BOCA

AUTOR(ES): MÔNICA DE PAULA FARIAS , AMANDA DUARTE DE MORAES, DANIELA AIRES MOREIRA, MARCELA FERNANDA COUTO BEILLFUSS, VANESSA RAFAELA PAIVA, KLÉCIUS LEITE FERNANDES

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

INTRODUÇÃO: O câncer de cavidade bucal pode ser considerado o mais comum da região de cabeça e pescoço, excluindo-se o de pele. Nos últimos anos sua incidência vem crescendo, com uma estimativa de 14.120 novos casos para 2010. A maior parte dos tumores malignos da cavidade bucal é constituída pelo carcinoma espinocelular (CEC), podendo se bem diferenciado, moderadamente diferenciado e pouco diferenciado. Esta neoplasia pode estar presente nas seguintes regiões: lábios, 2/3 anteriores da língua, assoalho de boca, mucosa jugal, gengiva e superior, área retromolar e palato duro. O assoalho da boca é a segunda localização mais comum dos CECs, representando 15 a 20% dos casos. São observados predominantemente em homens de mais idade, especialmente fumantes e alcoolistas.

OBJETIVO: Descrever e discutir um caso de CEC de assoalho de boca acompanhado pelo setor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Napoleão Laureano.

MÉTODOLOGIA: Coleta de dados indireta, através de pesquisa em prontuário médico

RESULTADOS: M.R.F, 84anos, feminino, com tumoração cervical desde janeiro de 2009, pouco dolorosa, com presença de crescimento e hiperemia em agosto do mesmo ano e nódulo em região submandibular esquerda. Ao exame: lesão em assoalho de boca anterior hiperemiada de cerca de 1 cm, tumoração subcutânea de 11x5 cm em região submandibular direita, lesão em linfonodos homolaterais e contralaterais. TNM: T1N3M0, estadiamento clínico IV. Realizados PAAF, tomografia computadorizada (TC) e exames para avaliação cirúrgica. Realizada pelveglossectomia parcial direita mais esvaziamento cervical radical estendido à pele à direita, esvaziamento cervical radical esquerdo e reconstrução do defeito cervical com retalho fáscio cutâneo deltopeitoral. A região deltopeitoral cicatrizou por segunda intenção. Ao final da cirurgia a paciente foi traqueostomizada. A biópsia apresentou: região cervical: CEC moderadamente diferenciado, ulcerado, com espessura neoplásica de 2 cm, infiltrações perineurais e angiolinfáticas não detectadas, margens cirúrgicas livres; à direita: linfonodos sem evidência de comprometimento neoplásico; à esquerda: carcinoma espinocelular metastático em linfonodo, presença de extensão neoplásica extranodal e glândula salivar sem evidências de comprometimento neoplásico; e pelviglosso: carcinoma in situ ulcerado e margens cirúrgicas livres de neoplasia. A paciente foi encaminhada à radioterapia para complementar tratamento adjuvante.

CONCLUSÃO: A cirurgia é o tratamento preferencial deste tipo de tumor, e consiste na ressecção completa da lesão com margens de no mínimo 1 cm e esvaziamento cervical radical. O exame de detecção do câncer bucal deve ser parte integrante tanto do exame médico quanto do odontológico, pois a detecção precoce é fundamental. Infelizmente, a maioria dos cânceres orais só é diagnosticada após já ter ocorrido a disseminação para os linfonodos da região mandibular e do pescoço. Devido à detecção tardia, 25% dos cânceres bucais são fatais.

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