Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-555

TÍTULO: RELATO DE CASO DE ZIGOMICOSE RINOFACIAL EM RECIFE

AUTOR(ES): DAMIÃO FABRÍCIO MANGUEIRA DE SOUZA , EDVALDO DA SILVA SOUSA, FRANCISCO TIAGO BARROSO CHAGAS, ANNA KARINNE VALLETIM, MÁRCIA MARIA PESSOA DOS SANTOS, MANUELA DOWSLEY ARCOVERDE, DIOGO CORDEIRO DE QUEIROZ SOARES

INSTITUIÇÃO: INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA - IMIP

INTRODUÇÃO: Os Zigomicetos constituem uma classe dentro de um grande grupo de fungos conhecidos como ficomicetos. Nesta classe há duas ordens de microorganismos capazes de produzirem doenças em humanos: os Mucolares e os Entomophthorales. Os primeiros sendo ligados à infecção oportunista em paciente imunodeprimidos e os segundos, em pacientes saudáveis. O primeiro caso de Zigomicose de que se tem relato remonta a 1855, quando Kurchenmeister descreveu um caso de infecção pelo gênero Mucor. Já o primeiro caso de Entomophthoramicose foi descrito por Joe et al. em 1956. O primeiro caso de acometimento rino-facial foi relatado por Andrade e cols em 1967. Esses fungos são comumente encontrados no solo e nas folhas secas do chão, sendo a infecção decorrente da implantação de esporos inalados, juntamente com partículas do solo, sobre a mucosa nasal.

OBJETIVO: Relatar o caso de uma criança com entomoftoromicose rinofacial em um centro de assistência terciária no estado de Pernambuco, Brasil.

METODOLOGIA: Será realizado o relato do caso a partir de dados coletados no prontuário: evolução clínica, laboratorial, radiológica e histológica.

RESULTADOS: Criança, 12 anos, inicia acompanhamento em centro terceário por apresentar tumoração em parede lateral de fossa nasal esquerda com celulite facial, sem resposta à antibioticoterapia. Tomografia de seios da face sugere pólipo antro-coanal e ressonância nuclear magnética mostra massa expansiva de fossa nasal e tecido subcutâneo peri-nasal. Foram realizadas duas biópsias com resultado de processo inflamatório granulomatoso crônico inespecífico e a cultura negativa para fungo. Realizada exérese da tumoração e enviada para anatomopatológico, que demonstrou  intensa eosinofilia e fenômeno de Hoeppli-Splendore, em torno de estruturas de hifas fúngicas, sugestivo de entomoftoromicose. Iniciado tratamento com derivado imidazólico, com resolução quase completa da lesão em 15 dias, mantendo-se o tratamento por 1 ano, com o mesmo padrão de resposta.

CONCLUSÃO: No presente caso é relevante a  dificuldade diagnóstica devido à semelhança da apresentação clínica com os diagnósticos diferenciais de tumores nasais, a falta de especificidade dos exames complementares e a dificuldade de achados conclusivos nos exames histológicos. Vale ressaltar também a eficiência no tratamento com derivados imidazólicos, com segurança e efetividade.

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