Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010
RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)
P-548
TÍTULO: RELAÇÄO DE CAUSALIDADE ENTRE RINOSSINUSITE CRÖNICA E FÚNGICA
AUTOR(ES): FÁBIO SILVA ALVES , CARLOS EDUARDO MONTEIRO ZAPPELINI, LUANA GONÇALVES DE OLIVEIRA, LUCIANA CAMPOY GIRO BASILE, IVAN DE PICOLI DANTAS, JOS[E MARIA MORAES DE REZENDE
INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DE CAMPINAS
OBJETIVO:
O objetivo principal desse relato de caso é demonstrar que o diagnóstico e terapêutica são melhores estabelecidos quando se faz a associação entre parâmetros clínicos epidemiológicos, e radiológico para estabelecer uma relação causal entre rinossinusite crônica e fúngica.
RELATO DO CASO:
Paciente feminino, 62 anos, branca, foi admitida no ambulatório de Otorrinolaringologia da Santa Casa de Campinas devido obstrução nasal crônica e rinorréia anterior fétida. Refere tratamento clínico inúmeras vezes com antibióticos, antihistamínicos e corticosteróides sem melhora..
Rinoscopia anterior: Septo centrado, cornetos hipertróficos (2+,4+) e hipocorados (2+,4+). Ausência de secreção em meato inferior e médio.
Oroscopia e otoscopia sem alterações.
Nasofibroscopia: Presença de lesão com aspecto polipóide em meato médio e região posterior de meato inferior além de secreção purulenta em fossa nasal direita. Cavum e fossa nasal esquerda sem alterações
Presença de material de consistência de partes moles em região de meato médio e etmóide anterior de fossa nasal direita. .
Após antibioticoterapia, corticoterapia e uso de inibidor de bomba de prótons por 14 dias a paciente foi submetida a cirurgia endoscópica nasossinusal tendo sido realizado etmoidectomia anterior, posterior e retirada de massa de aspecto heterogêneo de meato médio, recesso esfenoetmoidal . Material enviado para anátomopatológico.
Anatomo patológico: Massas de material amorfo eosinofílico a Hematoxilina e eosina e quando submetidos ao Grocott, corante para fungos, revelou-se fortemente positivo, sem apresentar formas conhecidas destes fungos.
INTRODUÇÃO:
Consideram-se portadores de rinossinusite crônica pacientes com sinais e sintomas de inflamação dos seios paranasais e que persistam por mais de doze semanas associados a alterações documentadas por técnicas de imagem após pelo menos quatro semanas de tratamento clínico adequado (1)
Aproximadamente trezentas espécies de fungos já foram documentadas como causadores de doenças em humanos(2) e noventa por cento das infecções são atribuídas a poucas dezenas de espécies (3)
A incidência e a prevalência das infecções fúngicas estão em crescimento com diversificação dos organismos patogênicos em decorrência do aumento dos fatores de risco como Atopia na Rinossinusite fúngica alérgica, câncer e diabetes mel itus na mucormicose e uso de corticosteróides na candidíase. (4)
A verdadeira incidência da Rinossinusite fúngica, especialmente da Rinossinusite Fúngica Alérgica entre os pacientes portadores de rinossinusites crônica permanece desconhecida.(5)
Presença de microcalcificações e imagem de densidade metálica no interior dos seios da face foram consideradas como sugestivas da presença de fungos.(6,7)
Podemos constatar na literatura uma grande controvérsia sobre o real papel do fungo na Rinossinusite Crônica e concordamos com grande parte dos autores (8,910,) que consideram que a simples identificação do fungo não é suficiente para o diagnóstico devendo este ser realizado ( 8,9,10,11,)
DISCUSSÄO :
A apresentação clínica da Rinossinusite fúngica apresenta sinais e sintomas bastante parecidos com a Rinossinusite crônica. É possível considerar, desse modo, a causalidade entre rinossinusite fúngica e crônica.
A diferenciação imagenológica é bastante útil para estabelecer o diagnóstico das rinossinusites .
CONCLUSÄO:
Baseado nas diversas modalidades clínicas da rinossinusite fúngica encontradas na literatura, o presente relato sugere a existência de uma certa causalidade entre rinossinusite crônica e rinossinusite fúngica. Esta relação causal é melhor estabelecida quando há associação e avaliação entre o exame clínico e o radiológico para Rinossinusite.