Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-542

TÍTULO: REANIMAÇÃO FACIAL ATRAVÉS DE TRANSPOSIÇÃO DE MÚSCULO TEMPORAL

AUTOR(ES): TIAGO FRAGA VIEIRA , RENATO CASTRO ALVES DE SOUSA, NICODEMOS JOSÉ ALVES DE SOUSA, VANESSA RIBEIRO ORLANDO, FERNANDA FILGUEIRAS MACIEL, HENRIQUE QUEIROZ CORREA GARCHET, ANTÔNIO LEONARDO PINTO COELHO

INSTITUIÇÃO: CLÍNICA DE OTORRINOLARINGOLOGIA DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE

INTRODUÇÃO: A paralisia facial pode ser resultado de uma variedade de etiologias incluindo neurológicas, infecciosas, congênitas, traumáticas, sistêmicas e iatrogênicas que lesam o VII par craniano.  A causa mais comum é a paralisia de Bell, onde 80% dos pacientes se recuperam sem seqüelas. Quando a lesão do nervo é definitiva resulta em prejuízos funcionais, estéticos e graves transtornos psicossociais.

Na maioria dos casos em que a paralisia facial se torna crônica com mais de dois anos de duração, ocorre uma atrofia da musculatura facial sendo necessária a utilização de técnicas dinâmicas de reabilitação facial em que se utiliza a transposição de músculos com objetivo de melhorar a simetria e mímica facial.

OBJETIVO: Descrever o resultado da reabilitação cirúrgica de um paciente com lesão de nervo facial através da técnica de transposição de músculo temporal.

RELATO DE CASO: Paciente S.R.S., 27 anos, sexo masculino, apresentou-se com história de alteração da mímica facial após trauma com arma de fogo, com alojamento do projétil na orelha esquerda, há oito anos. Não soube informar os tipos de procedimentos cirúrgicos realizados na época, em outro serviço.   Ao exame foi visualizada fraqueza e assimetria desfigurante. Durante a inspeção notava-se apenas discreta movimentação do lado esquerdo, com assimetria no repouso e, durante os movimentos, a testa encontrava-se estática, o olho com fechamento incompleto e a boca com pequeno movimento, configurando paralisia grau V pela classificação de House-Brackmann. Foi optado, então, pela técnica da transposição do músculo temporal.

A cirurgia consiste na transposição do terço médio do músculo temporal até a comissura labial. Após incisão na região temporal, realiza-se dissecção até a fáscia temporal profunda, em seguida realiza-se um túnel até a comissura labial. O terço médio do músculo temporal é ressecado do periósteo do arco zigomático superiormente até a linha temporal. A parte distal do músculo temporal é seccionada em dois centímetros e suturas em forma de oito são realizadas em cada ponta que depois são trazidas junto com o músculo temporal passando pelo túnel para então serem suturadas no músculo orbicular da boca. Após dois meses de cirurgia o paciente apresenta-se sem queixas, com presença de contração leve e mobilidade do sulco nasogeniano.

DISCUSSÃO: Atualmente a técnica de transposição temporal é reservada quase que exclusivamente para o terço inferior da face. A transposição temporal gera um alargamento da hemiface na região zigomática do lado operado. Na maioria dos casos, após algum tempo de cirurgia ocorre a neo-inervação da musculatura facial através de uma espontânea regeneração nervosa tornando a mímica e os movimentos faciais mais organizados.

CONCLUSÃO: Em casos em que a paralisia é crônica, a cirurgia de transposição temporal possibilita uma melhora da simetria facial imediata pós-operatória tanto estaticamente quando dinamicamente. Outra vantagem é a possibilidade ter um ganho na harmonia e mímica facial devido a neo-inervação da musculatura facial. O caso relatado mostrou-se com resultados satisfatórios.

Fechar