Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-541

TÍTULO: REABSORÇÃO DE PÓLIPO DE PREGA VOCAL EM CANTOR PROFISSIONAL: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): DENILSON STORCK FOMIN , SANDRA MARIA PELA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO

INTRODUÇÃO: O pólipo de prega vocal é uma lesão benigna, hiperplásica, bem definida, fonotraumática. O tratamento mais comum é a microcirurgia de laringe associada à fonoterapia. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi descrever o caso de um profissional da voz que teve reabsorção completa da lesão no período aproximado de 2 meses, sem intervenção cirúrgica. MATERIAL E MÉTODO: JEFP, 59 anos, sexo masculino, cantor profissional há mais de 40 anos, procurou atendimento otorrinolaringológico com queixa de rouquidão constante e cansaço vocal com duração de 3 meses após período intenso de canto. Referiu ter passado anteriormente por eventuais episódios de rouquidão, com diagnóstico de fenda glótica, que melhoraram após atendimento foniátrico e aulas de canto. Faz aquecimento vocal não regularmente para o canto. Fazia uso abusivo da voz na prática vôlei e remo. No primeiro exame laringológico, observou-se pólipo pediculado de caráter hemorrágico com inserção na face vestibular da prega vocal esquerda, entre terço médio e anterior, com fechamento glótico completo, movimentação exacerbada das bandas ventriculares na direção da linha média, porém sem contato entre elas. Durante a emissão de sons graves, notava-se movimento da lesão em direção à borda livre da prega vocal, causando interferência no padrão vocal. Na emissão de sons agudos, permanecia na face vestibular mais afastado da linha média. Na avaliação comportamental vocal durante a fala, notou-se principalmente qualidade vocal rugosa e esforço fonatório. No canto observou-se esforço fonatório e ataques vocais bruscos, principalmente na emissão das freqüências agudas. Os achados acústicos foram encontrados dentro dos padrões de normalidade para sexo e idade. Com o objetivo de reduzir o esforço fonatório, foi submetido à fonoterapia pré-operatória por meio de treinamento vocal e medidas de higiene vocal. Além da realização de exercícios diários, foi orientado a reduzir a loudness e ataques vocais bruscos na conversação habitual, prática de vôlei e canto; dissociar a fala dos movimentos corporais na prática do remo. RESULTADOS: Durante o primeiro mês foi notada melhora significativa do esforço fonatório e redução do grau de rouquidão durante a fala e canto, com adesão parcial aos exercícios. No segundo exame laringológico realizado após dois meses do início do tratamento, foi observado um padrão vocal melhor sem evidências do pólipo, fechamento glótico completo, redução da movimentação das bandas ventriculares na direção da linha média. DISCUSSÃO: A teoria que considera o pólipo um lesão por fonotrauma fica evidente neste caso, no qual as mudanças de hábitos relacionados aos abusos vocais foram essenciais para a evolução satisfatória. CONCLUSÃO: A mudança do comportamento vocal por meio do treinamento e principalmente pela redução de hábitos vocais abusivos favoreceu a reabsorção completa do pólipo.

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