Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-539

TÍTULO: RABDOMIOSSARCOMA NASOSSINUSAL

AUTOR(ES): CAMILA PAZIAN FELICIANO , THIAGO FERREIRA BORGES, ANA LUIZA BITTENCOURT TEIXEIRA, VALESCA RICCIOPPO, MARCELO MIGUEL HUEB

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INTRODUÇÃO: Os tumores malignos de nariz e seios paranasais são infrequentes, representando cerca de 3% dos cânceres em cabeça e pescoço e 0,8% de todos os cânceres humanos. Em geral, esses tumores têm uma apresentação clínica inespecífica, não raramente simulando processos inflamatórios. Os sarcomas, integrantes deste grupo de tumores, podem ter sua origem nas cavidades nasossinusais; paralelamente, aproximadamente 80% de todos os sarcomas de partes moles são rabdomiossarcomas. Aproximadamente 90% dos casos de rabdomiossarcoma são diagnosticados em indivíduos com menos de 25 anos, e dentro deste grupo, 60-70% são menores de 10 anos. A cabeça e o pescoço são os locais mais frequentes (35-40%) de origem, seguido do trato genito-urinário, extremidades, tronco e retroperitônio. Esta rara lesão é extremamente incomum em adultos; o seu diagnóstico é geralmente confirmado à imunohistoquímica.

OBJETIVO: Relatar um raro caso de rabdomiossarcoma em paciente adulta, acometendo o seio maxilar, com extensão naso-orbitária, enfatizando as características clínicas, radiográficas, histopatológicas e imunohistoquímicas exibidas por essa lesão, auxiliando no diagnóstico dessa doença.

RELATO DO CASO: L.A.S.S.,sexo feminino, 41 anos, leucoderma, procurou atendimento de Pronto Socorro devido a prurido e leve edema em pálpebra superior à direita. Tratada com medicação ocular tópica, progrediu em cerca de 30 dias com acentuada piora e extensão do edema, proptose, obstrução nasal e rinorréia ipsilaterais e paralisia desta hemiface. Negou antecedentes de IVAS ou quadro semelhante pessoal ou familiar. À tomografia computadorizada de seios paranasais  evidenciou-se lesão expansiva, forma ovalar (5,2cm X 4,3cm X 4,8cm), contornos lobulados, com epicentro em seio maxilar direito, com extensão para a fossa nasal ipsilateral e invasão do espaço extra conal inferomedial da órbita direita; observou-se ainda, lise das paredes do seio maxilar direito. Biópsia incisional por via nasal evidenciou neoplasia maligna indiferenciada de pequenas células. À imunohistoquímica foram identificados marcadores compatíveis com o diagnóstico de rabdomiossarcoma. A paciente encontra-se em tratamento quimioterápico e radioterápico.

CONCLUSÃO: Os sarcomas, apesar de serem comumente encontrados na região da cabeça e pescoço, são raros nas cavidades nasossinusais. Um diagnóstico precoce e preciso é de fundamental importância para um rápido estabelecimento da terapia e para um melhor prognóstico desta doença. Devido aos sintomas inespecíficos, deve ser feito diagnóstico diferencial entre estes tumores e quadros infecciosos crônicos nasossinusais. Desta forma, em casos de evolução atípica, a avaliação imagenológica e imunohistoquímica aliadas à suspeição clínica é de vital importância.

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