Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-532

TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA EM VOZ EM PACIENTES SUBMETIDOS A LARINGECTOMIA TOTAL E REABILITAÇÃO VOCAL COM PRÓTESE FONATÓRIA: ESTUDO BRASILEIRO

AUTOR(ES): DANILO ANUNCIATTO SGUILLAR , GIULIANNO MOLINA DE MELO, CLIMÉRIO P. NASCIMENTO, ROGÉRIO RAMOS CAIADO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: A WHO define saúde como o bem estar físico, mental e social do indivíduo, acrescentando a qualidade de vida (QV) devido a necessária percepção do indivíduo sobre sua condição no contexto cultural e social. No Brasil, a avaliação da QV em voz (QVV) é prejudicada por fatores de disfunção vocal e a Laringectomia Total (LT) ainda é um dos principais tratamentos. A percepção do paciente sobre sua nova voz e o impacto na QV não foi estudado em LT no Brasil e a literatura demonstra que o questionário sobre a QVV aplicado aos laringectomizados correlacionaram a reabilitação fonatória à uma excelente qualidade de vida em voz. OBJETIVO: Estudar a qualidade de vida em voz em pacientes submetidos a Laringectomia total e reabilitação com prótese fonatória no período retrospectivo de cinco anos. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospectivo em cinco anos de todos pacientes submetidos á LT e reabilitação fonatória primária ou secundária no Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo pelo serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Critérios de exclusão: óbitos, perda de seguimento, retirada da prótese ou recidivas. Instrumentos: Protocolo de Qualidade de Vida em Voz - QVV- versão Brasileira (Gasparini, Behlau, 2005). Os escores foram calculados e o maior escore indica uma maior correlação entre voz e qualidade de vida. RESULTADOS: Realizadas 32 LT em 5 anos, com 4 óbitos por doença, 13 com perda de seguimento, 11 implantes de prótese primários, 4 implantes de prótese secundário e o total de 15 indivíduos objetos deste estudo. Encontramos média de escore de QVV para ambos os grupos, no domínio sócio-emocional (DSE) o valor de 54,6, no domínio de função física (DFF), 48,00 e total geral (EG) 51,00. Na análise do Grupo de Implante Primário de Prótese (GIP), os valores de QVV foram: 45,6; 48,8 e 42,7 respectivamente para EG, DSE e DFF e na análise do Grupo de Implante Secundário de Prótese (GIS), os valores de QVV foram respectivamente: 65,6; 70,3 e 62,5. Na comparação dos dados pelo teste t de student não houve significância estatística (p=0,350633055; p= 0,186238595 e p= 0,286606089 respectivamente). Na obtenção da avaliação Ótima e Boa (escores maiores que 70 e entre 70 e 40) e Ruim (escore menor que 39), comparando-se os grupos GIP e GIS, houve uma tendência estatística de diferença a favor do grupo GIP (p= 0,068903509). CONCLUSÕES: Encontramos em nossa análise uma tendência estatística a favor das avaliações ótima e boa da QVV no GIP de prótese fonatória quando comparado com o GIS, sugerindo que este procedimento deva ser feito de rotina. Um estudo multicêntrico, com número maior de pacientes pode confirmar esta tendência. A análise da QVV para os pacientes laringectomizados reabilitados com prótese fonatória deve ser realizada de rotina nos serviços de cirurgia de cabeça e pescoço para permitir troca e comparação dos dados e o aprimoramento no tratamento e reabilitação destes pacientes.

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