Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-525

TÍTULO: PRODUÇÃO DE RUÍDO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

AUTOR(ES): MARCIA MARIA DE FREITAS DIAS , OSVALDO VINÍCIUS BIILL PRIMO, LAYLA MENDES FARIA, ANA ADELINA GIANTOMASSI DELLA TORRE, ANA CRISTINA LANFRANCHI ASPRINO

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ

INTRODUÇÃO: Com os avanços em neonatologia decorrentes do desenvolvimento tecnológico e com o aumento da sobrevida de bebês de baixo peso e de pequena idade gestacional exigindo maiores períodos de hospitalização, cada vez mais se faz necessário dar-se atenção para os possíveis efeitos nocivos do ruído sobre estes bebês de saúde tão débil. São descritos efeitos fisiológicos e comportamentais deletérios no neonato exposto a ruído, bem como a potencialização dos efeitos lesivos das drogas ototóxicas. Para evitar esse risco, é importante conhecer quais fatores podem aumentar o nível de ruído em unidades de terapia intensiva.

OBJETIVO: Quantificar o ruído de impacto provocado dentro de uma incubadora, em situações variadas, a fim de conscientizar a equipe de saúde que lida com os neonatos.

METODOLOGIA: Colocou-se o decibelímetro da marca Minipa, modelo 1352C, numa incubadora, no local onde ficaria a cabeça do bebê, e em seguida procedeu-se à aferição de várias fontes de ruído normalmente geradas durante a manipulação da mesma, nos modos delicado e brusco, tais como: abrir e fechar a portinhola; abaixar, levantar, retirar e colocar a plataforma de base; abrir e fechar a gaveta do gabinete inferior; e empurrar a incubadora; além do ruído do alarme da incubadora e o do ato de tamborilar sobre ela. O ruído foi registrado em nível de pressão sonora (NPS) na sua máxima intensidade durante a manobra.

RESULTADOS: Foram encontrados níveis de ruído superiores a 45 decibéis, o nível máximo recomendado pela Academia Americana de Pediatria, em todas as situações. O valor mínimo registrado foi de 48 decibéis, ao fechar a portinhola, e o máximo foi de 82 decibéis, ao abaixar a plataforma de base. Verificou-se também que a manipulação realizada de forma delicada reduziu em até 40% o nível de ruído.

CONCLUSÃO: Medidas comuns, como fechar a portinhola da incubadora bruscamente, deixar o alarme da incubadora ligado e tamborilar sobre ela, aumentam o nível de ruído, conhecidamente prejudicial para a saúde do neonato. É importante conscientização e atenção da equipe de saúde que lida com essa clientela durante a realização dos procedimentos e a manipulação dos aparelhos, bem como dos visitantes da Unidade de Terapia Intensiva. Seria interessante também o desenvolvimento de aparelhos que produzam menos ruído.

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