Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TESE

P-509

TÍTULO: POTENCIAL EVOCADO MIOGÊNICO VESTIBULAR EM PACIENTES COM HIPOFUNÇÃO VESTIBULAR CRÔNICA UNILATERAL

AUTOR(ES): ANA PAULA SERRA, ROBERTA RIBEIRO DE ALMEIDA, FERNANDO FREITAS GANANÇA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO: A rotina da avaliação vestibular tem sido um desafio para a otoneurologia moderna. Os métodos mais usados na prática clínica para a avaliação das disfunções do sistema vestibular são a vectonistagmografia e a videonistagmografia. Atualmente, a pesquisa do potencial evocado miogênico vestibular (VEMP) vem sendo empregada em vários centros como complemento da investigação otoneurológica, possibilitando a avaliação das estruturas envolvidas no reflexo sáculo-cólico. Assim, como os diferentes testes vestibulares avaliam seguimentos distintos das vias vestibulares, a associação de testes pode tornar a abordagem diagnóstica do paciente vestibulopata mais completa.

OBJETIVO: Analisar os registros do VEMP em pacientes com tontura crônica e hipofunção vestibular unilateral.

MÉTODO: Foram avaliados os registros do VEMP de 66 indivíduos, sendo 33 com hipofunção vestibular crônica unilateral, detectada por meio da prova calórica e história clínica, e 33 controles sem queixas auditivas e vestibulares, pareados por gênero e idade. O equipamento utilizado foi o sistema de eletrodiagnóstico Bio-logical Auditory Evocked Potencials Navigator Pro. O estímulo sonoro utilizado foi do tipo tone bursts, rarefeito, com frequencia de 1.000 Hz, intensidade de 100 dBNA, rise/plateau/fall de 2 milessegundos, filtro passa banda de 10 a 1500 Hz e taxa de apresentação de 4,3 estímulos/segundo. Foram analisadas as latências absolutas de p13 e n23, as diferenças interaurais de p13 e n23, as amplitudes de p13-n23, o índice de assimetria das amplitudes (IA) e o limiar de resposta. Para a interpretação qualitativa dos resultados do VEMP foram calculados valores de referência determinados pelo grupo controle (média ± 2 desvios-padrão). Foram realizadas análises descritivas e inferencionais, utilizando-se o teste t e os testes de Shapiro-Wilks e de Mann-Whitney, p<0,05.

RESULTADOS: Os pacientes com hipofunção vestibular crônica unilateral apresentaram VEMP alterado em 21 (63,63%) casos. Em 5 casos, a alteração no VEMP foi bilateral. Vinte pacientes (60,60%) demonstraram IA elevado, 18 (54,54%) ausência de resposta unilateral, 6 (18,18%) prolongamento de p13, 1 (3,03%) prolongamento de n23, 1 (3,03%) ausência de resposta bilateral e nenhum caso apresentou limiar rebaixado. Os pacientes que apresentaram prolongamento de p13, também demonstraram ausência de resposta na orelha contralateral.

CONCLUSÃO: Os pacientes com hipofunção vestibular crônica unilateral apresentaram pelo menos algum tipo de alteração no VEMP em 63,63% dos casos. O lado alterado no VEMP foi coincidente com o lado da hipofunção vestibular em 54,54% dos casos. O VEMP apresentou-se alterado do lado contralateral à hipofunção vestibular em 24,24% dos casos.

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