Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010
TRABALHO CLÍNICO
P-505
TÍTULO: PÓLIPO DE KILLIAN: REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE 73 CASOS
AUTOR(ES): MARCOS JULLIAN BARRETO MARTINS , CAROLINA VERAS AGUIAR, JOÃO FLÁVIO NOGUEIRA JÚNIOR, ISABELLE OLIVEIRA JATAÍ, JOÃO PAULO SARAIVA ABREU, MOISÉS XIMENES FEIJÃO, MAGNO ERIC BARBOSA PEIXOTO
INSTITUIÇÃO: HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA
INTRODUÇÃO: Os pólipos antrocoanais (PAC) se originam no seio maxilar, extendem-se à fossa nasal através do óstio do seio maxilar ou mais comumente do óstio acessório, chegando até a coana. Os PAC não erodem as estruturas ósseas adjacentes e nem invadem tecidos moles; foram inicialmente descritos por Killian em 1906, sendo posteriormente descritas várias técnicas para sua terapêutica.
OBJETIVOS:Descrever a epidemiologia de pacientes submetidos a procedimento cirúrgico de ressecção de pólipo antrocoanal em serviço de otorrinolaringologia de hospital terciário.
Comparar a taxa de recidiva dos PAC tratados com técnica combinada( sublabial associada à endoscópica) com a dos pacientes operados por técnica endoscópica exclusivamente.
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo por análise de prontuários dos casos tratados cirurgicamente em hospital terciário durante um período de dezesseis anos (1995 a 2010), após submissão e aprovação em comitê de ética em pesquisa.
Os resultados foram analisados e comparados estatisticamente utilizando-se teste do chi-quadrado com correção de Yates. O resultado seria considerado estatísticamente significante com valor de p<0,05.
RESULTADOS: Dos setenta e três pacientes operados observamos que 47,95% eram do sexo masculino e 52,05% do feminino, com média de idade de 24,94 anos. O tempo de evolução da doença antes do diagnóstico variou de três a cento e vinte meses com média de 32,38 meses.
A lateralidade dos PAC observada foi de 43,83% à esquerda e 56,17% à direita. Os sintomas referidos com queixa principal pelos pacientes foram: obstrução nasal, dor facial, disfagia, rinorréia e corpo estranho oral .Foram relatados ainda outros sintomas: crises esternutatórias, epistaxe, cefaléia, cacosmia, dispnéia, ronco, deformidade nasal, tosse, otalgia e disfonia.
O acesso utilizado em 48 pacientes (65,75%) foi endoscópico exclusivo e em 25 pacientes (34,25%) o acesso combinado. Quanto às recidivas, observamos 8, 3% de recidiva no acesso endoscópico e 8% no acesso combinado.
Comparando-se os resultados de recidiva e as técnicas utilizadas, não houve significância estatística (p=0,9608).
CONCLUSÃO: Apesar da cirurgia endoscópica nasossinusal ser uma técnica útil na abordagem dos PAC (recorrência de 8,3%), a cirurgia combinada (recorrência de 8%) ainda é bastante realizada, sendo ainda controverso qual o melhor acesso cirúrgico baseado na literatura corrente. Em nosso serviço, optamos pelo acesso endoscópico exclusivo preferencialmente, visto que esta técnica minimiza as complicações pós-operatórias, sem alterar a taxa de recidiva de forma significativa.