Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-504

TÍTULO: PÓLIPO ANTROCOANAL: RELATO DE 01 CASO EM PRÉ-ESCOLAR

AUTOR(ES): CARLOS ALBERTO MAURÍCIO JÚNIOR , CAMILA DE OLIVEIRA MACHADO, GUSTAVO BACHEGA PINHEIRO, ROBSON BARBOZA CESAR, FERNANDO DE FREITAS VILELA, DANIELE LENZI PIMENTEL, GUSTAVO SUBTIL MAGALHÃES FREIRE

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL

INTRODUÇÃO: O pólipo antrocoanal ou pólipo de Killian é uma lesão polipóide solitária benigna, que acomete principalmente crianças e adultos jovens. O primeiro relato de polipose antrocoanal (PAC) foi feito por Killian em 1906, que desde então determinou o epônimo desta doença. Estudos demonstram que o pólipo de Killian representa entre 4-6% de todos os pólipos nasais da população em geral, contudo, na população pediátrica, esta porcentagem atinge 33%. A etiologia desta doença permanece obscura. Vários estudos apontam para fatores que podem ter influência no desenvolvimento, como a doença antral inflamatória crônica e obstrução crônica dos óstios de drenagem. A prevalência de alergia em pacientes com PAC é fato controverso.

RELATO DO CASO: Paciente D.A.F., sexo feminino, 5 anos, deu entrada no serviço de otorrinolaringologia do Hospital de Base do Distrito Federal com sua mãe relatando quadro de dificuldade respiratória há cerca de 3 anos associado a roncos noturnos. Apresentava obstrução nasal bilateral, pior à esquerda, com evolução progressiva. Negava queixas alérgicas. Apresentava rinorréia purulenta esporádica, sempre tratada por pediatras em Pronto Socorro com antibióticos e corticosteróide tópico nasal com melhora parcial do quadro. A paciente realizou Tomografia de seios da face que evidenciou velamento de seio maxilar esquerdo. A nasofibroscopia foi evidenciado lesão polipóide na fossa nasal esquerda presente no meato médio, com lesão aparentemente proveniente do seio maxilar. Apresentava, também, hipertrofia de tecido adenoideano no cavum, obstruindo 90% dos óstios tubários. Realizada cirurgia endoscópica nasal com retirada do pólipo que acometia todo o seio maxilar, adenoidectomia por curetagem e enviado material para biópsia que apresentou anatomopatológico compatível com pólipo antrocoanal. Paciente apresentou grande melhora do quadro respiratório, evoluindo sem queixas após 3 meses de acompanhamento, tendo usado corticosteróide tópico nasal durante 2 meses após cirurgia.

DISCUSSÃO: Apesar de não ser uma afecção rara, o pólipo de Killian teve pouca divulgação nos últimos anos, com poucos casos descritos na literatura especializada. Trata-se de uma doença benigna unilateral que se origina ao nível do assoalho do seio maxilar, próximo às raízes dentárias e migra para a cavidade nasal, cavum e até orofaringe. A verdadeira incidência desta doença na população é desconhecida. Estudos demonstram uma maior incidência em adolescentes e adultos jovens e acometendo predominantemente o sexo masculino na proporção 2:1. A etiologia de PAC permanece obscura. Alguns autores acreditam que o pólipo se desenvolva como uma complicação de uma doença inflamatória crônica, particularmente a sinusite crônica. Os principais sintomas  são obstrução nasal, rinorréia e cefaléia. O diagnóstico dessa patologia deve ser realizado através do quadro clínico associado a evidências da tomografia e exame endoscópico nasal, não sendo necessário a realização de biópsia prévia. Esse caso evidencia uma queixa muito comum na otorrino pediatria, por vezes menosprezada e uma doença de alta prevalência em relação à faixa adulta. Esse caso demonstra a necessidade de uma boa investigação diagnóstica em crianças com obstrução nasal unilateral.  O tratamento cirúrgico é unanimidade entre os autores. A cirurgia endoscópica endonasal vem sendo utilizada com sucesso.

CONCLUSÃO: O pólipo antrocoanal tem predomínio nos adolescentes, mas deve ser pensado em crianças pré-escolares. O diagnóstico precoce propicia uma abordagem cirúrgica endoscópica com ótimos resultados e baixa recidiva.

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