Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-499

TÍTULO: PNEUMOSINUS DILATANS ESFENOIDAL EVOLUINDO COM ALTERAÇÃO VISUAL

AUTOR(ES): FERNANDO DE FREITAS VILELA , GUSTAVO SUBTIL MAGALHÃES FREIRE, CARLOS ALBERTO MAURÍCIO JÚNIOR, CAMILA DE OLIVEIRA MACHADO, DANIELE LENZI PIMENTEL, MARIA DO CARMO PINHEIRO, MÁRCIO NAKANISHII

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL

INTRODUÇÃO: Pneumosinus dilatans é definido como alargamento dos seios paranasais com conteúdo aéreo e mucosa normal de etiologia incerta. Já foi proposto que tenha componente congênito, inflamatório, mecanismo valvular obstrutivo do óstio, e até produção de gás por metabolismo bacteriano. Os seios frontais são os mais freqüentemente acometidos.  Pode ser assintomático, ou apresentar sintomas a depender do seio afetado e da compressão de estruturas adjacentes. O acometimento esfenoidal, apesar de raro, é de grande importância devido à relação anatômica com o nervo óptico, podendo levar a sintomas visuais devido à compressão. O diagnóstico diferencial inclui mucocele, acromegalia, pneumatocele, displasia fibrosa e síndrome de Sturge-Weber. A propedêutica pode incluir exames de imagem, avaliação endocrinológica e até medida da pressão do seio acometido. O tratamento geralmente é a descompressão cirúrgica, garantindo uma drenagem adequada do seio. Pneumosinus dilatans, sem associação com outras doenças e causando alteração visual, é raro e tem poucos casos relatados na literatura.

OBJETIVO: Relatar um caso de Pneumosinus dilatans de seio esfenoidal com sintomas visuais.

RELATO DE CASO: F.B.S., sexo feminino, 26 anos, casada, natural de Gama, com antecedência de asma na infância e rinite alérgica, em uso crônico de vasoconstrictor nasal e anticoncepcional oral, foi atendida com relato de turvamento visual agudo à esquerda em abril de 2009. Foi avaliada por oftalmologista que identificou a presença de estrias angióides bilaterais com derrame de retina em olho esquerdo, tendo recebido na ocasião aplicação de bevacizumabe e no mês seguinte de ranibizumab. Foi submetida à vitrectomia em junho do mesmo ano. Relata que em outubro seguinte apresentou turvamento visual agudo também no olho contralateral, sem dor, vermelhidão ou lacrimejamento; Novamente submeteu-se à avaliação oftalmológica que, mediante rebaixamento de acuidade visual em olho direito sem alterações oculares significativas, solicitou ressonância nuclear magnética, evidenciando hiperinsuflação de seio esfenoidal e levantada a hipótese de Pneumosinus dilatans. Realizada então avaliação otorrinolaringológica. Também nessa ocasião foi diagnosticada hipertensão arterial sistêmica e prescrito atenolol para uso contínuo. Submetida a sinusectomia esfenoidal endoscópica nasal bilateral em 26/11/09, via transnasal. Fez uso de fluticasona nasal e clindamicina oral no pós-operatório. Percebeu grande melhora da acuidade visual já no dia seguinte à cirurgia, constatado por avaliação oftalmológica no 11º D.P.O. e em exames posteriores.

CONCLUSÃO: Pneumosinus Dilatans de seio esfenoidal pode cursar com acometimento de acuidade visual, sendo necessário afastar sua presença nos casos suspeitos e promover tratamento cirurgico imeditato quando indicado.

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