Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-490

TÍTULO: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES USUÁRIOS DE APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL (AASI) DA REGIÃO DE LIMEIRA-SP.

AUTOR(ES): RAÍSSA VARGAS FELICI , LUIS FRANCISCO OLIVEIRA, MARCOS MARQUES RODRIGUES, FERNANDO CÉSAR FRANÇA ARAÚJO, MELÂNIA DIRCE OLIVEIRA MARQUES, ANNA MILENA BARRETO FERREIRA FRAGA, MARCIA DALL AGNOL

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LIMEIRA.

INTRODUÇÃO: Deficiência auditiva é considerada hoje um problema de saúde pública. A perda auditiva quanto a sua intensidade pode ser classificada em: leve, moderada, moderadamente severa, severa e profunda. Quanto às causas, classificam-se como: disacusias genéticas; disacusias do pré-natal e perinatal; disacusias hereditárias.

MATERIAL E MÉTODO: Estudo transversal que utilizou dados de 177 pacientes em programa para adaptação de AASI, residentes na região de Limeira-SP, (janeiro/abril de 2010). Os dados foram obtidos a partir de questionário sobre faixa etária, raça, sexo e presença de doenças crônicas e infecciosas. Foi feita a análise das audiometrias realizadas nos pacientes da amostra pesquisada, destacando o tipo (condutiva, neurossensorial, mista) e o grau (normal, leve, moderada, moderadamente severa, severa, profunda, anacusia).

RESULTADOS: 86 (48,6%) correspondiam ao gênero feminino e 91 (51,4%) do gênero masculino. 151 (85,3%) são da raça branca e 13 (7,3%) da raça negra. Foram agrupados em faixa etária, obtendo como resultado 6 (3,4%) entre 0-19, 49 (27,7%) entre 20-59, 67 (37,9%) entre 60-75 e 55 (31,1%) >75 anos. A avaliação quanto ao tipo de deficiência auditiva resultou em 290 (81,9%) com perda neurossensorial, 4 (1,1%) perda condutiva e 54 (15,3%) com perda mista. Quanto ao grau de perda os resultados foram em ordem decrescente: moderada, severa e anacusia. No questionário sobre doenças crônicas a hipertensão se destacou, estando presente em 40,7% dos pacientes e o sarampo apresentou um índice de 11,3% isoladamente e 33% quando associado a caxumba dentre as doenças infecciosas.

DISCUSSÃO: Não houve diferença entre os gêneros e a maioria dos pacientes apresentou mais de 60 anos de idade. Quanto ao tipo de deficiência auditiva, a perda neurossensorial apresentou uma predominância relevante. Estes achados nos remetem à consideração do crescimento da população idosa no Brasil. Estima-se que a proporção de indivíduos na faixa etária de 60 anos ou mais que era de 5% em 1960 passará para 14% em 2025. Pode-se prever, portanto, um aumento de deficiência auditiva nas próximas décadas. A perda moderada foi a mais encontrada. Houve correlação da hipertensão com a hipoacusia, assim como na literatura que aponta relações entre deficiência auditiva e alterações cardiovasculares.

CONCLUSÕES: A deficiência auditiva pode desencadear isolamento social, dificuldades de comunicação, afetando a saúde mental e a qualidade de vida do indivíduo acometido. Para minimizar tais transtornos, foi sugerido o uso do aparelho de amplificação sonora individual, a fim de proteger esses idosos contra o declínio cognitivo e o sofrimento psíquico. Investimento na prevenção da deficiência auditiva através, principalmente, de imunizações e métodos diagnósticos precoces, como a triagem neonatal universal, é de grande importância para a saúde pública.

Fechar