Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-482

TÍTULO: PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS A TRATAMENTO CIRÚRGICO DA RINOSSINUSITE CRÔNICA

AUTOR(ES): WANER JOSEFA QUEIROZ DE MOURA , JOYCE DE OLIVEIRA LIMA, MÁRJORIE SOUZA BANHOS CAREPA, RENATO VALENTIM BRASIL, ITAIANA PEREIRA CORDEIRO DA SILVA, ÉDER AUGUSTO MAGALHÃES NASCIMENTO, ÉRIKA LUIZ BADARANE

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ-HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BETTINA FERRO DE SOUZA

INTRODUÇÃO: As Rinossinusites representam processos inflamatórios das mucosas de revestimento da cavidade nasal e dos seios paranasais, em resposta a agentes químico, físico ou biológico, seja bacteriano, fúngico ou viral. Apresenta fisiopatogenia multifatorial, evolvendo mecanismos de defesa do hospedeiro e o agente agressor. São classificadas de acordo com a Academia Americana de Otorrinolaringologia e o I Consenso Brasileiro sobre Rinossinusite em: aguda, subaguda, crônica, recorrente e complicada. O diagnóstico é clínico e pode ser auxiliado por exames bacteriológicos, endoscópico e por imagem. O tratamento das rinossinusites inicialmente é com uso de antimicrobianos, na dose e tempo adequado, porém em algumas situações faz-se necessário o tratamento cirúrgico.

OBJETIVO: O objetivo é de traçar o perfil dos pacientes com rinossinusite crônica ou recorrente submetidos ao tratamento cirúrgico num Hospital Universitário, da região norte e comparar os resultados com os de outros centros do país.

METODOLOGIA: Foram selecionados 92 pacientes com diagnóstico de rinossinusites crônica ou recorrente, sem melhora com o tratamento clínico, os quais foram submetidos a tratamento cirúrgico, ou por meio de cirurgia endoscópica funcional ou cirurgia de Caldwell-Luc, num período de 2 anos, no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza.

RESULTADOS: Do total de 92 pacientes, 82 (89,13%) foram operados por meio de cirurgia endoscópica funcional, enquanto 10 (10,86%) submetidos à cirurgia de Caldwell-Luc, a média de idade foi 39,42 anos, sendo 52 (56,52%) pacientes do sexo masculino e 40 (43,47%) do feminino. As comorbidades estavam presentes em 12 (13,04%) dos pacientes. Na endoscopia nasossinusal a presença de lesões polipóides eram encontrados na maioria dos pacientes (64,13%) e, tanto no quadro unilateral quanto no bilateral, a maioria encontrava-se em grau III (54,28%). Lesões granulomatosas estavam presentes em 9 (9,78%) dos pacientes e a presença isolada de secreção mucopurulenta ou sanguinolenta no meato nasal médio em 10 (10,08%). A presença de alterações anatômicas foi visualizada em 37 (40,21%). Na maioria dos pacientes a tomografia demonstrava acometimento nos seios paranasais anteriores. O resultado do histopatológico demonstrou a presença de pólipo inflamatório em sua maioria, 59 (64,13%) pacientes, porém em 8 (8,69%) pacientes o diagnóstico era de papiloma invertido e em 4 (4,34%) havia neoplasia maligna. O tempo de acompanhamento pós-operatório foi variável, em 38 (41,3%) pacientes foi maior que 1 ano, enquanto 37 (40,21%) foram observados por um período menor que 6 meses e, em 17 (18,47%) foi de 6 meses a 1 ano. Observaram-se complicações pós-operatória em 10 (10,08%) casos e recorrência em 12.

CONCLUSÃO: A maioria dos pacientes apresentava lesões polipóides na avaliação endoscópica e, em sua maioria os pólipos se entendiam até a cabeça do corneto nasal inferior.  Preferiu-se a técnica de cirurgia endoscópica funcional dos seios paranasais para tratamento cirúrgico, com boa resposta e, baixo índice de complicações e recorrência da lesão.

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