Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-480

TÍTULO: PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA ENDOSCÓPICA NASAL PORTADORES DE POLIPOSE NASOSSINUSAL – JANEIRO/2009 A MAIO/2010

AUTOR(ES): GABRIELE LEAO STRALIOTTO , LILIAN BORTOLON, CARLOS AUGUSTO SEIJI MAEDA, YARA ALVES DE MORAES DO AMARAL, SYLVIA DE FIGUEIREDO JACOMASSI, GUILHERME SACHET, GABRIEL GONÇALVES DIAS

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA

Introdução

A polipose nasossinusal acomete de 1% a 4% da população em geral, sendo mais freqüente em pacientes do sexo masculino e em maiores de 50 anos, mostrando-se rara em crianças e adolescentes1.

O pólipo nasal pode ser único, bem delimitado ou acometer todos os seios da face, sendo caracterizado como polipose nasossinusal ou polipose difusa, sendo esta a mais freqüente indicação para intervenção cirúrgica endoscópica nasal, depois da rinossinusite crônica2.

Materiais e Métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo transversal com coleta de dados dos prontuários médicos dos pacientes submetidos a cirurgia endoscópica nasal .

Resultados

Dos 71 pacientes operados por FESS no período devido a rinossinusite crônica refratária a tratamento clínico, 29,5% (n=21) apresentavam polipose nasal vista no exame físico e/ou durante o procedimento cirúrgico (Gráfico 1).

O sexo feminino foi discretamente predominante, com 52,3% dos casos (n=11), tendo o sexo masculino 47,6% (n=10), (Gráfico 2).

A idade média dos pacientes foi de 44,1 anos, tendo o mais jovem 19 anos e o mais idoso 68 anos. Ressaltamos que o hospital em questão não atende à população pediátrica, somente a partir dos 14 anos (Gráfico 3).

Os sintomas pré-operatórios relatados foram em ordem descrescente: obstrução nasal – 85,7% (n=18); rinorréia – 61,9% (n=13); hiposmia – 33,3% (n=7); dor facial ou cefaléia – 28,5% (n= 6). Somente um paciente queixou-se de tumoração visível nasal, representando 4,7% dos casos. O mesmo resultado foi relatado a respeito de roncos e gota posterior. Os pacientes relataram um ou mais sintomas destes durante a anamnese (Gráfico 4).

A taxa de recidiva da polipose nasal, diagnosticada nas consultas pós-operatórias através das queixas dos pacientes confirmadas ao exame físico e/ou endoscopia nasal foi de 42,8% (n=9), (Gráfico 5).

Discussão

A polipose nasal é uma doença comum na população, com prevalência de cerca de 4%. A idade média, em torno dos 40 anos, encontrada em nossa amostra foi similar à de alguns estudos como de Settipane e Larsen (7, 8).

Em nossa amostra, encontramos ligeiro predomínio do sexo feminino, o que discorda com vários estudos que apontam prevalência aumentada nos homens em relação às mulheres (5). Isto pode ser explicado parcialmente por causa da amostra reduzida do presente estudo.

Os sintomas principais encontrados também foram condizentes com outros trabalhos publicados, sendo a obstrução nasal o principal sintoma (6).

Conclusão

A técnica cirúrgica endoscópica atualmente é vista como padrão ouro na rinossinusite crônica clinicamente refratária assim como na polipose nasossinusal. Em 1985, Kennedy descreveu essa técnica popularizando o termo "cirurgia endoscópica funcional". Desde então, houve vários avanços da técnica e indicação cirúrgica.

A indicação principal da FESS é na rinossinusite crônica e em pacientes com polipose nasal com qualidade de vida prejudicada devido aos sintomas obstrutivos principalmente.

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