Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-471

TÍTULO: PERFIL DO PACIENTE COM ACHADOS LARINGOSCÓPICOS DE REFLUXO LARINGO-FARÍNGEO EM LARINGOSCOPIA

AUTOR(ES): WILIAN MADUELL DE MATTOS, CAMILA KEMEN CANDALAFT, FRANCIANE REGINA VARGAS, EDUARDO GARCIA, THIAGO PONTES EUGÊNIO, EDUARDO SPIRANDELLI

INSTITUIÇÃO: INSTITUTO CEMA

INTRODUÇÃO: O Refluxo Laringo-Faríngeo (RLF) consiste no trânsito do conteúdo gástrico para estruturas laríngeas e faríngeas, causando muitas das queixas relatadas no cotidiano otorrinolaringológico.Dentre elas : disfonia, rouquidão, “globus” faríngeo, pigarro, tosse seca, disfagia, odinofagia, sialorréia, engasgos, ardência e desconforto persistente em garganta.

OBJETIVO: Traçar o perfil do paciente com achados laringoscópicos sugestivos de RLF, caracterizando e correlacionando os principais sintomas, hábitos alimentares, resultados em laringoscopia, e grupos populacionais mais susceptíveis.

METODOLOGIA: Análise prospectiva de 35 pacientes com idade igual ou maior do que 18 anos, ambos os sexos e exame laringoscópico sugestivo de RLF com ou sem sintomas. Submetidos então a questionário detalhado quanto a sexo, idade, profissão, hábitos alimentares, presença de sintomas dispépticos, laríngeos e faríngeos ou outros sintomas otorrinolaringológicos.

RESULTADOS: Edema/eritema interaritenóide esteve presente em todos os exames. 94,29% dos pacientes relataram queixas prévias, o tempo de início mais prevalente foi há mais de 5 anos com 34,29%. Os sintomas lar[ingeos mais relatados foram: pigarro, gotejamento pós-nasal, “globus faringeo”, disfonia, tosse incômoda, problemas respiratórios/ engasgos, dispepsia, tosse após deitar ou comer e disfagia.A maioria (71,43%) nega doenças gástricas associadas.Com relação à rotina de dieta, 51,43% realizam 3 refeições diárias, 25,71% duas, 8,57% mais de quatro e 2,86% apenas uma. A maioria (82,86%) as realiza em sua residência e considera o tempo adequado para alimentação (74,29%). Quanto ao tabagismo 77,14% negam seu uso. Das patologias de laringe associadas evidenciadas em laringoscopia, a mais encontrada foi a presença de pseudo-sulco (11,43%), seguida por nódulos em pregas vocais (8,57%), fenda glótica (2,86%), hipertrofia de tonsilas palatinas (2,86%), faringite crônica (2,86%), cisto mucoso (2,86%) e vasculodisgenesia (2,86%).

CONCLUSÃO: O perfil dos pacientes estudados é do sexo feminino, com idade aproximada de 51 anos. Em laringoscopia todos apresentam edema ou eritema interaritenóide, com grande maioria de sintomas laríngeos prévios e há mais de 5 anos. Não relacionados à doença gástrica conhecida. Quanto à rotina de dieta, não foram observadas supressões significativas, todos os indivíduos realizam todas as refeições diárias e em suas residências. Os sintomas laríngeos apresentados, em ordem decrescente, foram: pigarro, gotejamento pós-nasal, “globus faringeo”, disfonia, tosse incômoda, problemas respiratórios/ engasgos, dispepsia, tosse após deitar ou comer e disfagia. As principais patologias laríngeas encontradas em associação com o RLF foram pseudo-sulco e nódulos vocais.

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