Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-468

TÍTULO: PERFIL DA SAÚDE VOCAL DE PRATICANTES DE CANTO

AUTOR(ES): GABRIELE LEAO STRALIOTTO , CRISTIANO ROBERTO NAKAGAWA, LUIZA RODRIGUES CAFFARATE, GABRIEL GONÇALVES DIAS, YARA ALVES DE MORAES DO AMARAL, FABIO LUIZ OLESKO, EDUARDO CALDEIRA NICHELE

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CURITIBA

INTRODUÇÃO: Praticantes de canto, muitas vezes, fazem uso da voz sem cuidados para manutenção da saúde vocal ou orientação específica (otorrinolaringológica, fonoaudiológica, professores de canto). Muitos cantam diferentes estilos, tornando a voz mais propícia a alterações. Tabagismo, álcool, rinite alérgica e doença do refluxo gastroesofágico podem ser prejudiciais, ao passo que técnicas de aquecimento vocal e aumento da ingesta hídrica, podem proteger a saúde vocal.

OBJETIVO: Nosso trabalho objetiva avaliar o perfil do aluno praticante de canto, no que diz respeito a cuidados com a voz, tempo de prática, hábitos e condições prejudiciais e relacioná-los a queixas que recaem sobre a saúde vocal dos mesmos.

MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal tipo inquérito, com aplicação de questionário respondido por alunos de um professor particular de canto livre de Curitiba-PR. Incluiu-se 25 alunos com participação voluntária. Foram classificados conforme tempo de prática de canto, horas semanais dedicadas, sintomatologia relacionada à voz, cuidados para manutenção, e condições ou hábitos específicos que podem interferir na saúde vocal. Dispostos em três grupos: A (< 1 ano de prática), B (>1 - <3 anos) e C (= 3 anos).

RESULTADOS: Entre os 25 alunos, 20% (n=5) fazem uso profissional da voz. A média de idade foi de 22 anos; a média de horas semanais de prática de canto alcançou 350 minutos e o tempo médio foi de 2,64 anos de prática. Quatorze alunos (56%) relataram queixas relacionadas a saúde vocal, principalmente o pigarro (n=12/48%) e dificuldade em alcançar o “pitch” ideal (n=7/28%). Dois alunos do grupo A apresentaram queixas (28%), com 54% no grupo B (n=11) e 85% no grupo C (n=6). Oitenta e quatro porcento dos alunos tomavam algum cuidado com a voz, em especial ingerir água (84%) e aquecimento vocal antes da prática  (52%).

DISCUSSÃO: Sabe-se que a voz é um componente de grande importância nas relações entre os homens e percebemos que conforme o tempo de uso da voz cantada aumenta, cresce a prevalência das queixas acerca da voz. No presente estudo a mais comum foi o pigarro (48%) sendo que para Andrata e Silva (2008 apud MOTA, 2010), foi a dificuldade em atingir notas agudas (83%). Evitar gelados (65%) e aquecer a voz (53%) foram as medidas protetoras mais comuns encontradas por Zampiere, semelhante ao presente estudo, com ingestão hídrica (84%) e aquecimento (53%).

CONCLUSÃO: A estimulação de bons hábitos de manutenção da voz deve ser realizada entre cantores, a fim de se evitar queixas disfônicas e surgimento de lesões laríngeas que prejudiquem o desempenho vocal durante a prática do canto e no dia-a-dia de cada um.

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