Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-462

TÍTULO: PERDA AUDITIVA SENSORIONEURAL NA OTITE MÉDIA CRÔNICA SUPURATIVA

AUTOR(ES): ÉDER AUGUSTO MAGAALHÃES NASCIMENTO , LARISSA MAGALHÃES NAVARRO, LOUISE SAUMA DE OLIVEIRA, BRUNO DE PAULA LIMA, ITAIANA PEREIRA CORDEIRO DA SILVA, WANER JOSEFA QUEIROZ DE MOURA, ANA PAULA SIROTHEAU CÔRREA RODRIGUES

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BETTINA FERRO DE SOUZA

INTRODUÇÃO: A otite media crônica (OMC) constitui-se num problema de saúde pública. A perda auditiva condutiva é a principal característica audiométrica desta patologia. Entretanto, a OMC pode estar associada à lesão da orelha interna, cujas manifestações fundamentais são a tontura e a perda auditiva sensorioneural. Tal déficit sensorial não pode ser minimizado por intervenção cirúrgica, consistindo em efeito permanente, atenuado somente com protetização auditiva.

OBJETIVO: Avaliar a associação da perda auditiva sensorioneural (PASN) com a otite media crônica supurativa em função da presença do colesteatoma e do tempo de doença otológica.

METODOLOGIA: Realizou-se um estudo retrospectivo baseado na revisão de prontuários de 90 pacientes submetidos a timpanomastoidectomia aberta ou fechada devido otite média crônica supurativa (OMCS) no período de agosto de 2006 a dezembro de 2009. O critério de inclusão consistiu na presença unilateral de otorréia crônica com orelha contralateral normal sob a ótica otoscópica e audiológica, a qual foi utilizada como controle deste estudo. Avaliaram-se os limiares audiométricos de condução óssea dos pacientes, correlacionando-os com a presença de colesteatoma e tempo de doença otológica.

RESULTADOS: Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram considerados 44 pacientes para análise. A perda sensorioneural foi verificada em 13 (29,54%) dos 44 pacientes. O tempo médio de doença otológica foi de 12,57 anos. O limiar médio de condução óssea das orelhas normais (grupo controle) foi de 15,06 dB na media tritonal e de 15,45 dB na frequência de 4kHZ. O limiar médio de condução óssea das orelhas com OMCS foi de 21,3 dB na média tritonal e de 26,02 dB na frequência de 4 KHZ. A diferença entre tais limiares foi significante estatisticamente. ). Não foi constatada diferença estatisticamente significativa entre os limiares audiométricos de condução óssea e entre as prevalências de PASN nos grupos de OMCS com e sem colesteatoma. Não foi identificada correlação entre o tempo de doença otológica e aumento dos limiares audiométricos de via óssea, não havendo também associação com surgimento de PASN.

CONCLUSÃO: A otite média crônica supurativa com ou sem colesteatoma pode evoluir com perda auditiva sensorioneural como foi observado em 29,5% dos casos, o que pode ser inferido também pela diferença estatisticamente significante entre os limiares de condução óssea das orelhas normais (controle) e das orelhas com OMCS. A presença de colesteatoma e o maior tempo de doença otológica não se correlacionaram com a ocorrência e/ou agravamento da PASN.

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