Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-461

TÍTULO: PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL NA DOENÇA DE PAGET

AUTOR(ES): TATIANA C C ALMEIDA , MILTON PAMPONET, SANDRO TORRES, WILSON GAMA JÚNIOR, LEONARDO ROLLA, FRANCISCO JOSÉ MOTTA BARROS DE OLIVEIRA FILHO, MIRELLA MELO METIDIERI

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL OTORRINOS-FEIRA DE SANTANA/BA

INTRODUÇÃO: A doença de Paget é uma doença óssea focal caracterizada por uma alta taxa de remodelação óssea. Considerada como a segunda doença osteometabólica mais comum, atrás apenas da osteoporose. É difícil estimar sua incidência uma vez que, na maioria dos casos, ela é assintomática. É rara em pacientes com idade inferior a 40 anos e aumenta progressivamente conforme o paciente envelhece.(3) Embora a sua verdadeira etiologia seja desconhecida, sabe-se que há influência de fatores genéticos e de fatores virais que desempenham papel importante na fisiopatologia.(3) Na sua fisiopatologia, há um aumento na formação e na reabsorção óssea levando a um osso em mosaico de padrão lamelar com fi brose adjacente (4,7). A perda auditiva na doença de Paget é relativamente comum em pacientes com acometimento do osso temporal. Na maioria das vezes é irreversível, mas se estabiliza com o tratamento medicamentoso (10). Implantes cocleares já foram feitos em experiências ainda limitadas. Diversas hipóteses foram aventadas para explicar a perda auditiva da doença de Paget: reação inflamatória, acometimento dos ossículos, shunts vasculares e invasão do labirinto. Recentemente, foi demonstrada alta freqüência de perda auditiva com excelente correlação ao instrumento padrão de avaliação desta, levando os autores a recomendar o screening em todos os pacientes com doença de Paget(14).OBJETIVO: Relatar caso de paciente com perda neurossensorial pela Doença de Paget. RELATO DE CASO: Paciente de 62 anos, sexo feminino, procedente de Feira de Santana – BA com queixas de hipoacusia bilateral associado a zumbido há aproximadamente 2 anos. A otoscopia revelou um conduto auditivo externo sem alterações anatômicas e uma membrana timpânica de aspecto normal. O restante do exame otorrinolaringológico mostrou-se dentro da normalidade. Após realização de Raio X de Crânio, evidenciou-se espessamento difuso na cortical de calota craniana, além de radiopacidade nodulares dispersas aleatoriamente e áreas radiotranslúcidas de permeio, sendo diagnosticado Doença de Paget. O exame audiométrico solicitado mostrou perda auditiva neurossensorial de grau moderado em ouvido direito e de grau profundo em orelha esquerda. A paciente encontra-se em acompanhamento com reumatologista além de fazer parte do programa de protetização sonora. CONCLUSÃO: A maioria dos pacientes com doença de Paget é assintomática. Sendo o diagnóstico habitualmente realizado através de achados em exames complementares como radiologia simples ou elevação de fosfastase alcalina sérica (FAS), solicitadas por outros motivos.(6) Os pacientes com doença de Paget procuram diversos especialistas como ortopedistas, reumatologistas e otorrinolaringologistas para solucionar sintomas relacionados à doença e a suas complicações como dor óssea, fraturas e surdez. Diante do exposto, observamos a necessidade da realização de exames para verificação de acuidade auditiva, especialmente naquele paciente mais típico como o idoso com queixas de dor óssea e com FAS aumentada em que se excluíram causas comuns de elevação dessa enzima.

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