Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-453

TÍTULO: PARAGANGLIOMA JUGULAR: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): RENATA FARIAS DE SANTANA , RENATO TELLES DE SOUZA, LUIZ CARLOS NADAF DE LIMA, RAFAEL SIQUEIRA DE CARVALHO, MARCOS ANTÔNIO FERNANDES, LUIZ EDUARDO WAWRICK FONSECA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS

INTRODUÇÃO: Paragangliomas são aglomerados de células neuroendócrinas dispersos por todo o organismo. Os tumores que surgem nos paragânglios extra-supra-renais são descritos como paragangliomas e desenvolvem-se em duas localizações gerais: paragânglios paravertebrais, que possuem conexões simpáticas e são cromafins positivo - metade elabora catecolaminas; paragânglios relacionados com os grandes vasos da cabeça e pescoço, constituindo a cadeia aórtico-pulmonar, incluindo corpos carotídeos e aórticos, gânglios julgulotimpânicos e nodoso do nervo vago e agregados localizados em torno da cavidade oral, nariz, nasofaringe, laringe e órbita, são inervados pelo sistema parassimpático, não são cromafins e raramente liberam catecolaminas.

OBJETIVO: Relatar o caso de paciente portadora de paraganglioma jugular, o qual destaca-se por constituir neoplasia incomum de osso temporal e apresentar grande extensão.

METODOLOGIA: Foram realizados anamnese, exame físico e ressonância nuclear magnética de crânio da paciente.

RESULTADOS: Paciente do sexo feminino, 69 anos, branca, previamente hígida, apresentou-se ao ambulatório de Otorrinolaringologia, queixando-se de massa retroauricular à direita, em continuidade com parede posterior de conduto auditivo externo e sangramento. Refere que, aos 20 anos de idade, notou aparecimento de tumoração violácea em conduto auditivo externo direito, acompanhada de vertigem. Aos 38 anos, procurou atendimento hospitalar e foi submetida a intervenção neurocirúrgica, sendo diagnosticado tumor glômico jugular direito. No pós-operatório, evoluiu com paralisia em hemiface ipsilateral. Após 14 anos, houve recidiva da lesão, com exteriorização do tumor em região retroauricular, em continuidade com a parede posterior de conduto auditivo externo. Negava qualquer sintoma sistêmico. Ao exame físico, observou-se tumoração violácea obliterando conduto auditivo externo, com extensão retroauricular, medindo cerca de 1 x 1 cm, no conduto auditivo externo, e 2 x 1,5 cm, na região retroauricular, consistência fibroelástica, indolor à palpação, móvel, não pulsátil e sem alteração de seu volume com manobra de Valsalva. Ressonância nuclear magnética de crânio evidenciou formação expansiva heterogênea na projeção do osso temporal direito.

CONCLUSÃO: Diante desses sintomas, faz-se obrigatória avaliação audiométrica, radiológica, lembrando-se que as biópsias incisonais e as paracenteses estão completamente contra-indicadas, devido ao alto índice de complicações proveniente do sangramento provocado. A cirurgia deve ser realizada em todos os pacientes com margem cirúrgica adequada, sempre com a confirmação do exame anatomopatológico. Radioterapia paliativa pode ser indicada na impossibilidade de exérese da lesão.

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