Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-440

TÍTULO: PAPILOMA INVERTIDO ESFENOIDAL

AUTOR(ES): ANA CAROLINA GONÇALVES RIBEIRO , JOÃO CARLOS KFURI ARAÚJO, MARIANA RODRIGUES DE SOUZA GOMES, AURELIANO CARNEIRO BARREIROS

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL SOCOR - BELO HORIZONTE/MG

INTRODUÇÃO: O papiloma invertido é um tumor benigno raro que corresponde a 0,5 a 7% dos tumores nasais. Acomete principalmente indivíduos do sexo masculino (2 a 5:1), da raça branca, entre a quinta e sexta décadas de vida. O acometimento primário dos seios paranasais é muito raro, ocorrendo apenas em 5% dos casos. Dentre os seios acometidos, o mais raro é o seio esfenoidal.

OBJETIVO: Descrever um caso raro de papiloma invertido primário de seio esfenoidal.

METODOLOGIA: Trata-se de paciente AMC, 54 anos, natural de Lavras/MG que chegou ao consultório com quadro de obstrução nasal unilateral esquerda, dor facial ipsilateral e sinusites de repetição de longa data. Sem epistaxe ou alterações visuais. Ao exame físico foi evidenciada massa de aparência polipóide em fossa nasal esquerda. A Endoscopia nasossinusal evidenciou a mesma lesão, não oriunda do meato médio, porém sem visualização da origem aparente. A Tomografia Computadorizada de Seios Paranasais mostrou massa extensa ocupando o seio esfenoidal esquerdo, recesso esfenoetmoidal, coana e fossa nasal esquerda anterior ao óstio de drenagem do seio maxilar esquerdo. A Ressonância definiu que a lesão era circunscrita à fossa nasal e ao seio esfenoidal, sem extensão intracraniana ou orbitária. Foi realizada cirurgia endoscópica nasossinusal com ressecção de tumoração que avançava para a lâmina cribiforme, bem como de toda a mucosa doente que incluía a de todo o seio esfenoidal. Foi feito anátomo-patológico que demonstrou tratar-se de papiloma invertido, sem sinais de malignização. O paciente mantém seguimento pós-operatório há quase 1 ano sem sinais de recidiva ou sintomas.

RESULTADOS: O papiloma invertido origina-se mais frequentemente no meato médio. Porém, pode envolver por extensão os seios paranasais adjacentes ou mesmo originar-se neles. Hyams apresenta as seguintes incidências de origem: maxilar(64%), etmoidal(25%), frontal(8%) e esfenoidal(4%). Vários autores relatam o seio esfenoidal como o de menor freqüência de acometimento, com poucos relatos de acometimento exclusivo deste seio. A sintomatologia mais comum é obstrução nasal unilateral seguida de rinorréia e epistaxe. A obstrução é mais comum nos casos de origem no meato médio. Em comprometimento exclusivo esfenoidal, como no caso em questão, os sintomas mais comuns são cefaléia e distúrbios visuais. O tratamento é sempre cirúrgico. Pode-se utilizar técnica aberta ou via endoscópica. A escolha entre uma ou outra depende da extensão e localização da lesão, bem como da experiência do cirurgião. O seguimento deverá ser rigoroso e por, pelo menos, 6 anos.

CONCLUSÃO: Papiloma invertido é uma patologia pouco comum e que pode se apresentar de maneira pouco usual como no seio esfenoidal. Apesar de ser um tumor benigno, tem um comportamento muito agressivo e alto potencial de recidiva. Devido à sua apresentação clínica variada, este diagnóstico deve ser sempre lembrado nos casos de pólipos nasais unilaterais, independente de sua localização.

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