Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010
RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)
P-434
TÍTULO: OTITE MÉDIA TUBERCULOSA
AUTOR(ES): NATHALIA MARTINI MONTI WOLFF , PAULO ANTONIO MONTEIRO CAMARGO, LARISSA GUEDES PEREIRA RISPOLI, NEILOR BUENO MENDES, LINO LADISLAU OSTROSKI, GILSON RODRIGUES VALLE, FERNANDA CRISTINA RODRIGUES MACHADO
INSTITUIÇÃO: HOSPITAL ANGELINA CARON
INTRODUÇÃO:A tuberculose é uma doença bacteriana causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Aproximadamente 85% dos casos relatados de tuberculose são de origem pulmonar, restando apenas 15% para causas extra-pulmonares. Ainda pouco comum a otite média tuberculosa vem aumentando a sua incidência devido ao aumento de doenças imunossupressoras.
CASO CLÍNICO: JBF, 65 anos, branco, agricultor, natural e residente de Sengés, Paraná. Queixa de hipoacusia persistente e gradual associada a otorréia à esquerda há 3 anos. Negava história prévia de otites.Na otoscopia a esquerda com massa esbranquiçada de aspecto gelatinoso, ausência de membrana timpânica e não visualizados os ossículos .Na audiometria tonal revelou disacusia mista moderada a severa, com componente condutivo importante esquerda e a direita disacusia neurossensorial com queda a partir de 3KHz.A tomografia computadorizada dos ossos temporais revelou a esquerda uma mastóide diplóica com velamento das células, desmineralização óssea, alteração da cadeia ossicular. No raio X de tórax havia lesão em ápice pulmonar direito, do tipo cavitação.Realizada aspiração da secreção do ouvido médio com pesquisa de BAAR positiva +++/4, pelo método de Ziehl Neelsen. O paciente fez o tratamento para tuberculose com esquema RIP (Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida) durante 6 meses. Teve remissão total do quadro.
DISCUSSÃO: A via de disseminação da tuberculose para a orelha média é discutida há muitos anos, a teoria mais aceita é que a porta de entrada seja via tuba auditiva. Alguns autores caracterizam a OMT como indolor e insidiosa. No início da doença há uma membrana timpânica espessada e mais tardiamente perfuração. A maioria dos casos se apresenta com otorréia indolor, geralmente de longa duração. Paralisia facial periférica é descrita em 15 a 40% dos casos, em sua maioria em crianças. Também são descritos adenopatia pré-auricular e fístula cervical. História pessoal ou familiar de TB é um bom indicador da doenç etécnicas de biologia molecular como PCR podem ser alternativas a cultura para o diagnóstico rápido e definitivo de formas extrapulmonares.
CONCLUSÃO: A OMT permanece como um diagnóstico difícil para os otorrinolaringologistas mas frente a um quadro de otorréia refratária ao tratamento e hipoacusia importante devemos sempre considerar a tuberculose como um diagnóstico diferencial.