Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-429

TÍTULO: OSTEOMIELITE DO SEIO MAXILAR: OPÇÕES DE TRATAMENTO

AUTOR(ES): LAÍZA ARAÚJO MOHANA PINHEIRO , GUILHERME CARVALHO ALMEIDA, MARIANA DUTRA DE CÁSSIA FERREIRA, LUTIANE SCARAMUSSA, CARLOS CHONE, EULÁLIA SAKANO

INSTITUIÇÃO: UNICAMP

Relato de Caso: Paciente feminina, 30 anos,  com queixa de  dor, inchaço em face D e febre com evolução de quinze dias.  Relatava ser portadora da doença de Still, em remissão há cinco anos. Ao exame físico, apresentava  perfuração septal ampla e desvio do septo ósseo para a fossa nasal direita, com edema em meatos médios, sem secreção. A  CT de seios  da face evidenciava  apenas velamento parcial do  seio maxilar acometido.  Com a suspeita diagnóstica de complicação de sinusite aguda, foi  iniciada ceftriaxone e oxacilinaendovenosa   e realizada punção do seio maxilar D para cultura da secreção, cujo resultado foi  negativo. Optou-se por antrostomia maxilar média direita, sendo que o resultado histopatológico da  mucosa sinusal evidenciou processo inflamatório  crônico inespecífico, sem sinais de vasculite. Após um mês de antibioticoterapia endovenosa, a paciente apresentou melhora clínica  e teve alta com seguimento ambulatorial. Cerca de 60 dias após, novamente com  edema em face D e febre com calafrios, retornou ao serviço de urgência, sendo reintroduzido o mesmo esquema de antibioticoterapia e solicitada uma cintilografia da face com Tc99, que mostrou aumento de captação na topografia do seio maxilar direito, compatível com o diagnóstico de osteomielite. Foi submetida a sinusectomia maxilar por via externa, com ressecção da mucosa hiperplásica e do osso acometido, com remissão dos  sintomas por cinco meses. Nova crise de  dor local e reaparecimento da febre, com a cintilografia da face com Gálio evidenciando osteomielite em atividade.  Nos três meses que se seguiram, foram necessárias três internações para antibioticoterapia endovenosa e debridamento cirúrgico com  crescimento de Enterobacter aerogenes sensível a meropenem, ceftazidime e gentamicina. O esquema antibiótico foi então alterado para ceftazidime e metronidazol, com nova estabilização da doença.           A  paciente  manteve-se em seguimento ambulatorial com ciprofloxacino e corticosteróide oral e controles com cintilografia com Gálio e Tc99, hemograma e provas inflamátórias para o acompanhamento da doença. Após seis meses, nova agudização e debridamento com a cultura da secreção local evidenciando Streptococus viridans. Optou-se por dar início à oxigenoterapia hiperbárica. Após 30 sessões, houve melhora importante das provas inflamatórias e da captação à cintilografia, permanecendo a paciente sem sintomas por cerca de um ano. Após esse período, nova exacerbação com  edema periorbitário, febre, dor e  emagrecimento. Indicada então maxilectomia parcial direita, realizada com extensão até margens saudáveis. No pós –operatório, foi  mantido levofloxacino por seis semanas com proposta de reinício da oxigenoterapia hiperbárica. A paciente vem se mantendo assintomática e com bom controle das provas inflamatórias. Comentários: A osteomielite de seio maxilar é um quadro raro,  em que o diagnóstico e o tratamento adequados são fundamentais para se evitar danos irreversíveis ao paciente. A cintilografia é um bom indicador da função óssea (tecnécio) podendo identificar atividade do processo (gálio), sendo importante na monitorização da resposta ao tratamento.

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