Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-425

TÍTULO: OSTEOMA DE BIGORNA

AUTOR(ES): DANIELLE DA SILVA PEDREIRA , HUMBERTO AMARAL SANTOS, ALINE CRISOSTOMO FERNANDES, GUSTAVO NOLETO DE REZENDE, FILIPE TRENTO BURIGO, MARCELO MENDES TEPEDINO JUNIOR, MARCELO MENDES TEPEDINO

INSTITUIÇÃO: PRO-OTORRINO

INTRODUÇÃO

Osteoma é um tumor benigno de crescimento lento, geralmente assintomático.

Apresenta-se histologicamente de formas distintas: osteoma compacto, esponjoso e misto. A etiologia ainda é controversa e tem sido relatada sua associação com trauma, infecção, influência hormonal, influência genética, alterações metabólicas e radiações ionizantes. É mais comum em pacientes jovens do sexo masculino. O diagnóstico, comumente, é feito de forma acidental.

RELATO DE CASO

Paciente, 29 anos, masculino, com relato de hipoacusia progressiva à esquerda há 12 anos. Aos 18 anos havia procurado atendimento otorrinolaringológico com diagnostico inicial de otosclerose, baseado na audiometria, que evidenciou disacusia condutiva de leve a moderada, sendo considerada a hipótese de estapedotomia. Solicitada TC de mastóides que evidenciou em orelha esquerda formação nodular alongada, calcificada, de limites bem definidos e contornos regulares aderida à parede medial do ático e a parede do canal semicircular lateral, interposta ao martelo e ao estribo, não identificando a bigorna.

A estapedotomia foi desconsiderada e optou-se por tratamento conservador com audiometrias e TC de controle.

Em junho de 2009, veio encaminhado ao nosso serviço para continuar o acompanhamento, sendo solicitadas novas audiometria e TC. Ao exame apresentava otoscopia normal, Rinne negativo e Weber lateralizado para esquerda. Audiograma com disacusia mista de leve a severa e TC com lesão expansiva envolvendo o ramo longo da bigorna esquerda sugerindo osteoma misto ou displasia fibrosa.

Optado pelo tratamento cirúrgico com timpanotomia exploradora. Durante o ato cirúrgico foi retirada a lesão e colocada uma prótese parcial na cadeia ossicular.

No pós-operatório, o paciente relatava melhora da audição. Após 2 e 6 meses da cirurgia foram realizadas audiometrias de controle que evidenciaram disacusia mista de leve a moderada em orelha esquerda.

DISCUSSÃO

Osteoma é um tumor osteoblástico mesenquimal benigno, de crescimento lento composto por tecido ósseo maduro bem diferenciado, com uma predominância da estrutura laminar.

O sexo masculino é mais freqüentemente acometido, sendo geralmente diagnosticado entre a 2ª e 5ª décadas da vida, em concordância com o caso apresentado.

Osteoma envolvendo a cadeia ossicular é raro e geralmente assintomático, mas pode apresentar dor e perda auditiva.

Os achados radiológicos são sugestivos de osteoma, mas não se pode esquecer dos diagnósticos diferenciais como: otoespongiose fenestral, granuloma eosinofílico, displasia fibrosa monostótica, tumor de células gigantes, mieloma múltiplo solitário, osteossarcoma e osteoma osteóide.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por apresentar as características de uma lesão de crescimento progressivo foi optado pelo tratamento cirúrgico, retirando a lesão e melhorando a audição do paciente.

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