Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-422

TÍTULO: OFTALMOPLEGIA PÓS OPERATÓRIA EM PACIENTE SUBMETIDO A SEPTOPLASTIA

AUTOR(ES): DANIEL SANTOS ARANTES SOARES , CAROLINE VALVERDE DINIZ BOECHAT, AURÉLIA SILVA E ALBUQUERQUE, ANA PAULA DE AQUINO FERREIRA MONTEIRO, GLÁUCIA MARIA VASCONCELOS SEVERIANO, MAURO BECKER MARTINS VIEIRA, MARIANA OLIVEIRA MAIA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL FELÍCIO ROCHO

INTRODUÇÃO: Descreveremos aqui um raro caso de oftalmoplegia em pós-operatório de septoplastia causada por apoplexia hipofisária em paciente com tumor de hipófise.

RELATO DE CASO: Paciente VJI, 55 anos, sexo masculino, procurou o ambulatório do HFR com queixa de obstrução nasal crônica, prurido nasal e espirros. Após diagnóstico de desvio septal, foi submetido  a septoplastia e turbinectomia bilateral em 04/05/10, evoluindo com ptose palpebral esquerda, oftalmoplegia e midríase fixa ipsilateral, ainda na sala de recuperação pós-anestésica. RNM de encéfalo evidenciou: lesão expansiva sólida selar e supra-selar invadindo os seios cavernosos e ocupando quase a totalidade do seio esfenoidal.Em 11/05/10, seis dias após a cirurgia inicial, o paciente foi submetido  a ressecção de tumor de hipófise.O anátomo-patológico levantou a possibilidade de cisto de bolsa de Rathke. Presença de numerosos fragmentos de neoplasia epitelial com aspecto de adenoma, extensamente necrótico (apoplexia pituitária), HD:  Macroadenoma de hipófise? O paciente recebeu alta com ptose, oftalmoplegia e midríase e foi encaminhado para controle com neurocirurgia, endocrinologia e fisioterapia. Após 20 sessões de fisioterapia, iniciou melhora da ptose palpebral, oftalmoplegia e movimentos oculares

DISCUSSÃO: O quadro de apoplexia hipofisária (necrose aguda da glândula) geralmente se segue a um sangramento de tumor hipofisário,  evoluindo com infarto do tumor. O paciente pode desenvolver oftalmoplegia por compressão dos pares cranianos, midríase paralítica e perda do reflexo corneopalpebral. A área de necrose encontrada no anatomopatológico da peça cirúrgica do nosso paciente nos leva a acreditar nesta afecção. A síndrome do seio cavernoso tem como principais causas aneurismas da artéria carótida, fístulas carotídeo-cavernosas, tumores e síndrome de Tolosa-Hunt.

CONCLUSÃO: Atualmente a literatura preconiza e enfatiza que não há nescessidade de solicitarmos exames laboratoriais em pré-operatório de pacientes com menos de 40 anos, sem comorbidades. O diagnóstico de desvio septal pode ser feito por anamnese e exame físico otorrinolaringológico. A videoendoscopia nasossinusal é ainda uma ferramenta mais acessível atualmente nos consultórios otorrinolaringológicos, facilitando a avaliação. A TC acrescenta dados da anatomia septal e estruturas adjacentes e evidencia tumores silenciosos do crânio, mas até que ponto é necessário ou dispensável, haja vista seu alto custo?

Fechar