Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO CLÍNICO

P-417

TÍTULO: OBSTRUÇÃO NASAL EM PACIENTES COM APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO

AUTOR(ES): RAQUEL DE MOURA BRITO MENDEZ , THIAGO DE OLIVEIRA BARROS, RAQUEL DE MOURA BRITO MENDEZ, ROSANA RANDOLPHO CAIAFFA, MARCO ANTONIO DE MELO TAVARES DE LIMA

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INTRODUÇÃO: A síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) é um distúrbio respiratório relacionado ao sono, caracterizada como episódios freqüentes de obstrução total (apnéia) ou parcial (hipopnéia) das vias aéreas superiores durante o sono, na presença de movimentos respiratórios.

A obstrução nasal é freqüente na população geral e muito associada ao desconforto e restrição durante atividades diurnas. Também é queixa comum de má qualidade do sono, porém pouco se sabe a respeito do impacto da obstrução na nasal nos pacientes com SAOS.

OBJETIVO: Avaliar se há correlação entre o sintoma de obstrução nasal, escala de sonolência de Epworth (ESE), índice de apnéia e hipopnéia (IAH), SED, dessaturação da oxi-hemoglobina, eficiência, latência para o sono e sono dessincronizado (REM) em pacientes com SAOS.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, observacional, contemporâneo, no qual foram analisados retrospectivamente os resultados de polissonografia (PSG) basal de noite inteira e as informações contidas em questionários para avaliação do sono, sonolência excessiva diurna e sintomas otorrinolaringológicos em 80 pacientes, entre março e julho de 2010.

Selecionou-se resultados de PSG e dos questionários de pacientes entre 18 e 55 anos de idade, independentemente do sexo, com queixas de ronco e apnéia do sono.

Os sujeitos foram divididos em função da queixa de obstrução nasal (variável independente) em Grupo 1 (sem obstrução nasal) e Grupo 2 (com obstrução), comparando-se médias e significância estatística para algumas variáveis de desfecho (ESE, IAH, eficiência e latência do sono).

RESULTADOS: Foram analisados 80 indivíduos com idade média de 47.63 anos, sendo 33 homens e 47 mulheres, com IMC médio de 30 kg/m2. Observou-se aumento significativo de 35.71% (p=0,028) nos eventos respiratórios de pacientes com AIH grave e obstrução nasal, comparado àqueles sem obstrução nasal.  Pacientes com obstrução nasal exibiram índice de hipopnéas 49.42% (p=0,026) e latência para o sono REM 43.14% (p=0,020) maior que os pacientes sem queixas de obstrução nasal.

CONCLUSÃO: Não houve correlação entre a sonolência excessiva diurna, avaliada pela escala de Epworth, e o sintoma de obstrução nasal.

Nos casos de IAH grave com obstrução nasal, houve aumento significativo dos eventos respiratórios por hora de sono, sugerindo, talvez, que a obstrução nasal seja um fator de agravamento do quadro neste grupo de pacientes.

Os eventos respiratórios do tipo hipopnéia foram mais expressivos nos pacientes com obstrução nasal.

Os pacientes com sintomatologia de obstrução nasal também exibiram uma latência para o sono paradoxal alargada em relação ao grupo sem queixas de obstrução nasal.

Fechar