Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-408

TÍTULO: NEURINOMA DO FACIAL – RELATO DE CASO.

AUTOR(ES): RAÍSSA VARGAS FELICI , LUIS FRANCISCO OLIVEIRA, MARCELO FERNANDO BELLA, MELÂNIA DIRCE OLIVEIRA MARQUES, FERNANDO CÉSAR FRANÇA ARAÚJO, ANNA MILENA BARRETO FERREIRA FRAGA, JANE MARIA PAULINO

INSTITUIÇÃO: IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LIMEIRA.

INTRODUÇÃO: Neurinomas basicamente são neoplasias benignas derivadas das células de Schwann. Tumores primários do nervo facial são relativamente raros e apresentam grande diversidade de sintomas, dependendo do local que é acometido. A incidência é semelhante entre os sexos masculino e feminino, assim como o lado acometido é irrelevante. Em relação à idade, o tumor é mais freqüente nas 2 e 3 décadas.

O comprometimento do nervo facial pode ser infiltrativo e destrutivo, mas geralmente ele sofre compressão que resulta em trombose, isquemia e conseqüentemente disfunção. A paralisia facial que resulta da lesão neoplásica geralmente se instala de forma gradual e progressiva, embora algumas vezes possa ser abrupta, ou recorrente.

Tratamento cirúrgico é a terapia de eleição. A neoplasia deve ser retirada em bloco com o segmento do nervo facial que lhe deu origem. O nervo facial é restaurado com autoenxerto.

RELATO DO CASO: CSM, sexo feminino, negra, 65 anos de idade, há 1 mês começou a apresentar otalgia à direita acompanhada de abaulamento retroauricular e paralisia facial à direta. Relata apresentar hipoacusia bilateral de longa data. Ao exame físico demonstrava paralisia facial periférica total à direita, a otoscopia se apresentou normal bilateralmente e no momento da consulta não havia mais abaulamento retoauricular referido pela paciente.

A audiometria tonal revelou perda auditiva condutiva leve à direita com gap de 15dB em 3 e 4 kHz e perda mista moderada à esquerda. A tomografia mostrou alargamento do gânglio geniculado direito, confirmado com a Ressonância Magnética. A paciente está em reabilitação com a Fisioterapia.

DISCUSSÃO: O nervo facial origina-se no assoalho do IV ventrículo, emerge no ângulo pontocerebelar, entra no meato acústico interno ântero-superiormente e curva-se anteriormente para formar o gânglio geniculado, de onde parte para seus segmentos timpânico e mastóideo, tornando-se extracranial pelo forame estilomastóideo. Em qualquer ponto deste trajeto pode se originar o tumor, sendo mais comum o gânglio geniculado. Quando se trata de neurinoma do facial, o sintoma mais frequente é a paralisia facial. Fato paradoxal nesta patologia é a desproporção entre o tamanho do tumor e a instalação da paralisia facial. Outro sintoma que pode estar presente é a perda auditiva, que pode ser condutiva ou neurossensorial, dependendo de seu sítio de instalação e trajeto de expansão.

A perda condutiva e mista no caso apresentado sugere otosclerose por exclusão de outras etiologias. A investigação dos neurinomas em geral ficou bem mais eficiente com o advento da tomografia computadorizada e da ressonância nuclear magnética, permitindo diagnósticos mais precoces de tumores pequenos. Algumas vezes, o cirurgião ao encontrar massa timpânica na otoscopia vale-se da biópsia para o diagnóstico, porém a otoscopia se encontrou normal, impedindo tal procedimento.

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