Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-407

TÍTULO: NEURALGIA DO GLOSSOFARINGEO-RELATO DE CASO POSTER

AUTOR(ES): ANDREA PATRICIA CUNHA GUERRA, VIVIANE SAMPAIO BOAVENTURA DE OLIVEIRA, LUCIANA DOS REIS MASCARENHAS, JULIANA ROCHA VELOSO

INSTITUIÇÃO: SANTA CASA DE MISERICORDIA DA BAHIA-HOSPITAL SANTA IZABEL

INTRODUÇÃO: A neuralgia do glossofaríngeo é uma condição clínica rara, inicialmente descrita por Weisenberg (1910) em um paciente com tumor no ângulo pontocerebelar. Alguns autores afirmam que a desordem é mais freqüente em homens, outros não encontraram diferença estatisticamente significativa entre os sexos. Apresenta predomínio da idade acima de 50 anos. O início da doença é abrupta. A dor é caracterizada por paroxismos de dor intensa, unilateral, iniciada por estimulação de zonas de gatilho no nível da região posterior da língua, palato mole, garganta e nas regiões lateral e posterior da faringe, irradiando para o ouvido ipsilateral, desencadeada por deglutição, tosse, bocejo ou mastigação e, normalmente, dura de segundos a minutos.

Embora a maior parte dos casos de neuralgia do glossofaríngeo ocorra como condição isolada (idiopática), pode ser secundária a tumores do ângulo pontocerebelar, a compressão vascular intracraniana, a tumores de laringe e de nasofaringe com invasão local, abscesso parafaringeano, trauma, esclerose múltipla, doença de Paget ou tumor de base craniana, calcificação do ligamento estilóide, punção direta carotidiana e extração dentária.

A necessidade de abordagem invasiva deve ser individualizada na dependência da definição etiológica, do não-controle farmacológico com anti convulsivantes e da recorrência clínica.

RELATO DE CASO: Homem de 78 anos, pardo, com história de paroxísmos de dor muito intensa, em pontada no nível de amígdala direita, há mais de 20 anos sem irradiações e outros sintomas associados. Esses eventos ocorriam várias vezes ao dia, precipitados pela deglutição e pelo toque mais leve em área particular da amígdala direita, sendo que após a cessação da dor, ocorria um tempo de latência superior a uma hora para que novas crises álgicas fossem desencadeadas. Foi submetido à avaliação otorrinolaringológica por meio de exame clínico, laringoscopia indireta, tomografia computadorizada de pescoço, ressonância nuclear magnética de base de crânio e dopller de artérias carótidas que se mostraram normais. Extensa avaliação clínico-laboratorial não permitiu definir a etiologia da neuralgia do glossofaríngeo.  Realizou teste terapêutico baseado na suspeita clínica com carbamazepina, em dose de 400mg/ dia, com melhora progressiva do quadro álgico. Após três dias de tratamento o paciente apresentou melhora total da dor.

DISCUSSÃO: O diagnóstico de neuralgia de glossofaríngeo requer um alto grau de suspeição por parte do médico, pois a história clínica e o exame físico raramente são conclusivos. A confirmação diagnóstica é dada geralmente pela melhora clínica após teste terapêutico.

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