Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-403

TÍTULO: MUCORMICOSE RINO-ÓRBITO-CEREBRAL ASSOCIADA A TROMBOSE DO SEIO CAVERNOSO: RELATO DE CASO.

AUTOR(ES): JÉSSICA GUIMARÃES GOMES SILVA , ALEXANDRA TORRES CORDEIRO LOPES DE SOUZA, MARÍLIA VELOSO SARAIVA, CAROLINA FONSECA JARLETTI, IGOR SALARINI LUCENA, RENATA MADDALENA MONTEIRO, ANTÔNIO JOSÉ DE CARVALHO NETO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSO

INTRODUÇÃO: A mucormicose é a infecção fúngica mais letal em humanos e manifesta-se como sinusite de forma rápida, progressiva e invasiva. As sinusites fúngicas são divididas em dois grandes grupos, a saber: (1) forma invasiva, que se divide em aguda e crônica; (2) forma não invasiva, que se divide em bola fúngica (micetoma) e a sinusite fúngica alérgica. A presença ou ausência de invasão vascular, na análise histológica dos tecidos envolvidos, é a base para a diferenciação entre as formas invasiva e não invasiva. A rinosinusite fúngica invasiva aguda é incomum, potencialmente letal, sendo infecção oportunista observada, primariamente, em diabéticos e indivíduos imunodeprimidos.

OBJETIVOS: Tem-se como objetivo relatar um caso de mucormicose rino-órbito-cerebral, com trombose de seio cavernoso, em paciente diabético transplantado renal atendido no serviço de Otorrinolaringologia e Nefrologia no Hospital Federal de Bonsucesso e correlacioná-lo com a literatura científica.

METODOLOGIA: Relato de caso atendido no Hospital Federal de Bonsucesso e revisão de literatura sobre o assunto.

RELATO DE CASO: Os autores apresentam o caso de um paciente do sexo masculino, 42 anos, diabético, transplantado renal há seis meses, em uso de imunossupressores, que iniciou quadro clínico com características de sinusite fúngica invasiva aguda, com febre alta, vômitos, diarréia, dor e parestesia em hemiface direita, edema bipalpebral e comprometimento ocular evoluindo com amaurose à direita. A investigação radiológica – TC de seios paranasais sem contraste com velamento de seios maxilar, esfenoidal e etmoidal direitos e bilateral dos seios frontais. Foi Iniciada Anfotericina B intravenosa e realizada cirurgia endoscópica de urgência para retirada de tecidos desvitalizados e drenagem dos seios envolvidos, bem como, coleta de material para exame histopatológico que confirmou mucormicose ao encontrar hifas espessas não septadas em meio a debris necróticos. TC com contraste demonstrou obliteração do seio cavernoso direito por tecido com densidade de partes moles, compatível com trombose. Paciente evoluiu para óbito, 48horas após abordagem endoscópica, apesar de adequada terapêutica instituída.

CONCLUSÃO: Este caso corrobora com a alta letalidade da doença fúngica invasiva aguda, devendo a mucormicose, sempre, ser considerada diagnóstico diferencial de qualquer comprometimento rinosinusal agudo e rapidamente progressivo em imunodeprimido. Por ser doença grave e fatal, a sobrevida do paciente depende, essencialmente, de conduta multidisciplinar, com o controle da doença de base, diagnóstico precoce da invasão fúngica e, conseqüente, início imediato de antifúngicos sistêmicos, drenagens sinusal e orbitária adequadas e excisão cirúrgica dos tecidos necróticos.

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