Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-400

TÍTULO: MUCOCELE FRONTROETMOIDAL E CRANIANA: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): EDUARDO JOSÉ ARCOVERDE DE SOUZA , ANTÔNIO ANTUNES MELO, RAFAEL TAVARES DA HORA, TANDRA CECILIA LOPES PEREIRA DE SOUZA, NICOLE CARDOSO DE MELO MOREIRA, RENATA SALAZAR CERQUEIRA

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DAS CLINICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

INTRODUÇÃO: As mucoceles são cistos de conteúdo mucoso e que acometem os seios paranasais. Apresentam caráter expansivo, crescimento lento e podem eventualmente comprometer estruturas nobres adjacentes, como a órbita e a cavidade intracraniana. A grande maioria ocorre no seio frontal (60%). As mucoceles desenvolvem-se após obstrução dos óstios de drenagem dos seios paranasais expandindo-se e erodindo as estruturas ósseas adjacentes. A etiologia inclui os processos inflamatórios, neoplásicos, pós-operatório e pós-traumático.

OBJETIVO: O presente trabalho tem como objetivo o relato de caso de um paciente com mucocele frontoetmoidal à direita com extensão orbitária e intracraniana.

METODOLOGIA: Paciente de 11 anos, sexo masculino, admitido com queixas de proptose ocular direita associada à agitação e alteração comportamental. Encaminhado ao Serviço de Otorrinolaringologia do HC - UFPE, por apresentar Tomografia Computadorizada de órbita com tumoração orbitária à direita e dos seios fontal e células etmoidais com invasão intracraniana. O paciente apresentava-se sem queixas nasossinusais e com exame Otorrinolaringológico normal, mas com proptose ocular direita e hiperemia periorbitária. Com a realização da Ressonância magnética do crânio e seios paranasais foi observada a presença de formação expansiva multisseptada, lobulada, infiltrativa nas células etmoidais à direita se extendendo para seio esfenoidal e órbita e insinuando-se para o lobo frontal com efeito compressivo.

RESULTADOS: O diagnóstico pré-operatório, apesar de apontar para uma eventual mucocele, não foi estabelecido de forma inequívoca por apresentar aspecto radiológico que não era compatível com as lesões sinusais. Também não havia lesão observada na endoscopia nasal que confirmasse esse diagnóstico. Dessa forma, como também havia sinais sugestivos de ser um pseudotumor orbitário ou, eventualmente, tumor cerebral optou-se em conjunto com a Neurocirurgia pela abordagem cirúrgica com acesso trans-craniano. Ao realizar o procedimento neurocirúrgico foi observado coleção de secreção de aspecto escuro no seio frontal direito comunicando-se com a extensão intracraniana do mesmo. A partir desse momento, foi realizado acesso nasal endoscópico por sinusectomia frontoetmoidal direita com correção da fistula liquórica, decorrente do acesso neurocirúrgico conjunto. O paciente evoluiu bem no pós-operatório.

CONCLUSÃO: Após abordagem cirúrgica o paciente evoluiu bem sem recidiva com melhoras dos sinais e sintomas oculares e sem queixas. O tratamento cirúrgico é a melhor opção terapêutica, porém na presença de algumas variações anatômicas pode não ser tecnicamente possível realizar uma ampla abordagem apenas por acesso endoscópico. O seguimento permanente dos pacientes é imprescindível a fim de que possíveis recidivas sejam diagnosticadas precocemente.

Fechar