Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-397

TÍTULO: MUCOCELE DE SEIO FRONTAL: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): FILIPE TRENTO BURIGO , JOSÉ RAFAEL DE CASTRO JUNIOR, MARCELO LODI DE ARAUJO, HUMBERTO AMARAL SANTOS, TAIS MORANGI XAVIER ESPANHOL, RAPHAEL ANNICCHINO, RAFAELLA GUGLIELMI SPILLERE

INSTITUIÇÃO: OTODIAGNOSE

Introdução

Mucocele caracteriza-se como uma lesão cística, benigna e expansiva,de revestimento epitelial ,com conteúdo mucóide dentro de uma cavidade fechada.

Pode provocar complicações locais, orbitárias ou até intracranianas.

São sintomas usualmente relatados: cefaléia, rinorréia, obstrução nasal, deformidade facial. Pode aparecer posteriormente a um trauma, cirurgia ou lesão expansiva

O diagnóstico é complementado pela tomografia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética.( RNM).

O tratamento é essencialmente cirúrgico

O objetivo deste trabalho é relatar um caso de mucocele frontoetmoidal com extensão orbitária tratado com retalho osteoclástico.

Relato do caso

 A.M.R, feminina, 50 anos, negra, relata cefaléia frontal e proptose à esquerda, após 60 dias de pós operatório de cirurgia endoscópica nasossinusal. Internada para medicação venosa (amoxacilina-clavulanato 14 dias), com melhora parcial.Um mês após vem ao nosso serviço apresentando amaurose à esquerda e cefaléia. Ao exame, presença de exoftalmia a esquerda não dolorosa. 

TC de seios paranasais revela imagem arredondada com conteúdo de partes moles em seio frontal esquerdo e sinais de remodelação óssea sugerindo mucocele frontoetmoidal e sinais de etmoidectomia e turbinectomia bilateral prévia.

Indicado cirurgia, optou-se por retalho osteoclástico, pela perda de parâmetros anatômicos por via endonasal. Realizado marsupialização da mucocele, retirada de septo intersinusal, abertura de óstio frontal com colocação de dreno de Kher. Antibioticoterapia pós operatória com posterior retirada de dreno.

Paciente apresentando boa evolução, porém persistindo com amaurose.

Discussão

O seio frontal é o sítio mais frequente de lesão, seguido do seio etmoidal , seio maxilar  e seio esfenoidal.

Caso ocorra uma mucopiocele, há probabilidade de haver uma complicação (orbitária ou intracraniana) como ocorreu no caso da paciente que evoluiu para amaurose.

Diagnóstico diferencial : meningocele, rabdomiossarcoma, hemangioma, neuroblastoma, schwannoma, condroma, condromixoma, adenoma hipofisário, cisto retrobulbar,carcinoma adenóide cístico, plasmocitoma e tumores odontogênicos.

Confirmação diagnóstica se faz através de exame histopatológico.

O tratamento das mucoceles é cirúrgico.Pode-se abordar por via externa ou endoscópica, sendo de extrema importância sua marsupialização.

A abordagem externa é realizada através da frontoetmoidectomia (procedimento de Lynch) ou pelos retalhos osteoclásticos.

Atualmente  opta-se pela cirurgia endoscópica nasosinusal por se tratar de um procedimento menos invasivo com excelente visibilidade e baixa morbidade. Dependendo da experiência do cirurgião e das complicações presentes, o procedimento endoscópico pode não ser possível.

Conclusão

As mucoceles por se tratarem de lesões benignas expansivas podem acarretar alterações a nível orbitário e intracraniano. A via externa clássica  apresenta maior morbidade e complicações, muitas vezes é a única opção do cirurgião em casos complexos.

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