Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-395

TÍTULO: MUCOCELE DE CONCHA MÉDIA: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): OTÁVIO BÓRIO DODE , RENATO TADAO ISHIE, TARCISIO LINHARES FILHO, BERNARDO CAMPOS FARIA, ANDRÉ GUSTAVO RAMOS MARQUES, TAÍS FIGUEIREDO ARAÚJO, ELDER YOSHIMITSU GOTO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL SANTA MARCELINA

INTRODUÇÃO:

Mucoceles são lesões benignas, císticas, expansivas, que resultam do acúmulo de secreção mucosa dentro de uma cavidade bloqueada.   A sua origem está relacionada a uma condição primária como traumas, tumores, infecções ou anomalias congênitas . Apesar de benigna, do seu caráter expansivo poderá lentamente ocasionar erosão dos limites ósseas dos seios paranasais por compressão e consequente reabsorção óssea, levando ao comprometimento de estruturas adjacentes, simulando neoplasias malígnas.

A maior parte dos pacientes estão na 3º e 4º década de vida, podendo também afetar crianças

As mucoceles de concha média são raras, uma vez que foram descritos apenas 6 casos até o presente momento .

APRESENTAÇÃO DO CASO CLÌNICO:

IVS, 62 anos, branca, natural da Irecê/BA, procedente de São Paulo. Paciente com história de obstrução nasal bilateral e rinorréia purulenta há 5 anos, sem cirurgias nasais prévias.

Na nasofibrolaringoscopia não foi possível progredir com aparelho, devido a obliteração da fossa nasal direita por massa. A esquerda apresentava pólipos em região de meato médio.

Na TC foi observado pansinusite, cavidade nasal esquerda preenchida por material com densidade de partes moles e imagem sugetiva de mucocele de concha média da fossa nasal direita.

Paciente foi submetida a cirurgia endoscópica nasal, sendo realizado sinusectomia maxilar e etmoidal e polipectomi à esquerda e, exérese da mucocele à direita.

DISCUSSÃO:

Mucoceles são formações benignas císticas compostas por epitélio secretor de muco (epitélio pseudoestratificado ou respiratório). Mesmo sendo lesões benignas geralmente expandem-se, abaulando as paredes ósseas do seio acometido por uma pressão local e reabsorção óssea.  Seu crescimento é lento e ocorre por vários anos.

As mais comumente encontradas são as mucoceles frontoetmoidais, seguidas pelas etmoidais, esfenoidais e de concha média. Estas últimas são extremamente raras. Sua etiologia é variada e inclui cirurgias nasais prévias, ressecção de pólipos e/ou tumores nasais e trauma nasal

No exame físico se observa uma massa que ocupa toda fossa nasal, expande-se para linha média e afasta o septo da concha inferior . A queixa principal é a obstrução nasal progressiva, além de cefaléia e rinorréia . O local potencialmente adequado para desenvolver a muocele é a porção anterior da concha média devido a sua pneumatizaçao. A concha bem pneumatizada (bulhosa) pode ter o ostio bloqueado e desenvolver mucocele.

O diagnostico  é apoiado na TC e da RM. Na TC as mucoceles geralmente preenchem os seios paranasais com presença de erosão óssea, mas sem infiltração local. A RM pode ser tanto homo quanto heterogenias, bem como apresentar hipo ou hipersinal em T1 com contraste. A RM tem grande utilidade na avaliação de invasão orbitária ou intracraniana e na diferenciação de rinossinusite fúngica e neoplasia.

Pela possibilidade da visão direta das estruturas, maior precisão cirúrgica e preservação da anatomia, a cirurgia funcional endoscópica tem sido o método terapêutico mais apropriado para a resolução dessa patologia.

CONCLUSÃO:

Mucoceles de concha média são processos inflamatórios raros, sendo que para seu diagnóstico são utilizados tomografia computadorizada e endoscopia nasal. A cirurgia endoscópica funcional é um método de escolha para o tratamento dessa patologia, com altos índices de cura.

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