Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

TRABALHO EXPERIMENTAL

P-392

TÍTULO: MODELO EXPERIMENTAL EM RINOSSINUSITE CRÔNICA E AVALIAÇÃO DE SOLUÇÃO TÓPICA

AUTOR(ES): RAPHAELLA DE OLIVEIRA MIGLIAVACCA , DENISE MANICA, SUZIE HYEONA KANG, KIZZY COREZOLA, FABÍOLA MEYER, LÚCIA MARIA KLIEMANN, OTÁVIO BEJZMAN PILTCHER

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE E UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

INTRODUÇÃO: A rinossinusite é considerado um problema de saúde pública e necessita de modelos experimentais adequados para sua melhor compreensão. Dentre os modelos existentes destacam-se principalmente os que utilizam coelhos. A grande maioria, porém, possui seguimento curto e poucos estudos avaliam o processo inflamatório por mais de doze semanas, período que tem consenso na definição da rinossinusite crônica. Evidências clínicas e experimentais mostram que a manutenção da patência da passagem de ar ao seio envolvido somado a função mucociliar normal e suprimento sanguíneo são essenciais para o equilíbrio do complexo sinusal. Assim, modelos sinogênicos se concentram na quebra desse equilíbrio para indução de doença sinusal.

OBJETIVO: Criar um modelo experimental para o desenvolvimento de um processo nasossinusal inflamatório crônico sem bactérias com o intuito de induzir alterações histológicas nos seios maxilares através da obstrução do óstio de drenagem dos mesmos.  Secundariamente, avaliar os efeitos da solução de ácido acético na mucosa respiratória nasossinusal.

METODOLOGIA: Nove coelhos da raça New Zeland, após tratamento profilático com antibióticos, tiveram seus óstios bloqueados bilateralmente com gutta-percha derretida e moldada. No dia sequinte ao procedimento, foi realizada diariamente, duas vezes ao dia, uma injeção de solução de ácido acético a 0,008% no lado direito da osteotomia (Grupo 1). O lado contralateral foi usado como controle (Grupo 2). Três coelhos foram submetidos a eutanásia no 15o dia após o procedimento que visava induzir rinossinusite, sucessivamente outros três coelhos no 45o dia e, finalmente, os últimos três animais foram sacrificados após 90 dias.

RESULTADOS: No estudo macroscópico post-mortem, seis dos nove óstios do lado direito e cinco dos nove óstios esquerdos não estavam adequadamente ocluídos. Parâmetros inflamatórios foram avaliados na análise histopatológica, como, por exemplo, descontinuidade epitelial, quantidade de neutrófilos e eosinófilos, diminuição de células caliciformes e redução de glândulas mucosas. Apenas a quantidade de neutrófilos apresentou diferença significativa na comparação entre o grupo 1 e o grupo 2 (p=0.015).

CONCLUSÃO: Considerando a análise macroscópica post-mortem, podemos considerar que o óstio do seio maxilar não foi mantido ocluído cronicamente de uma forma homogênea entre os coelhos. Ainda há a necessidade de embasamento em literatura para o desenvolvimento de um modelo experimental de longo seguimento para estudar rinossinusite crônica. Soluções de ácido acético devem ser testadas em outros modelos a fim de verificar seu possível uso terapêutico nas vias aéreas superiores, uma vez que o mesmo já é utilizado por suas propriedades anti-inflamatórias em afecções como otite externa ou vulvovaginite.

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