Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-382

TÍTULO: MENINGOENCEFALOCELE EM CAVIDADE NASAL DE RECÉM-NASCIDO

AUTOR(ES): JOSEMAR DOS SANTOS SOARES , JOSÉ ANTÔNIO PINTO, PEDRO PAULO VIVACQUA DA CUNHA CINTRA, CAROLINA DE FARIAS AIRES LEAL, MARINA SPADARI ARTICO, FÁBIO CARACHO BATISTA, RODRIGO REIS PRESTES

INSTITUIÇÃO: NOSP - NÚCLEO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO DE SP

INTRODUÇÃO: encefalocele basal é uma rara entidade patológica que ocorre em 1:35.000 nascimentos. Constitui 1 a 10% de todas as encefaloceles. Caracteriza-se pela herniação do tecido neural através de um defeito nas estruturas ósseas da base do crânio. A encefalocele basal é classificada em transetmoidal, esfenoetmoidal, esfenoorbital, esfenomaxilar e transesfenoidal. A meningocoencefalocele intranasal ocorrer secundário à herniação das meninges através de um defeito no piso da fossa craniana anterior. Na ruptura da aracnóide e dura-máter, ocorre escape do líquido cefaloraquidiano. Isso se deve a um gradiente de pressão maior que a resistência do tecido. Nos casos de fístula liquórica, a correção cirúrgica com acesso frontal, através da craniotomia foi iniciado por Dandy em 1926. Posteriormente, abordagens extracraniana e transnasal na década de 1950. Este evoluiu para a técnica endoscópica de hoje que oferece maiores benefícios por meio da visualização, sem remanescente da cicatriz, menor morbidade e nenhum efeito adverso sobre a o sentido do olfato. A literatura mostra que o sucesso taxa com essa abordagem é de 86 a 97%. A TC e a RNM são necessárias para confirmar o diagnóstico de meningoencefalocele, para definir a presença de elementos neurais e vasculares na herniação e revelar os defeitos nas estruturas ósseas.

TRATAMENTO: realizamos uma cirurgia corretiva de meningoencefalocele congênita via degloving nasal realizada pela otorrinolaringologia, com reconstrução da fenda craniana e aplicação de cola de fibrina realizada pela neurocirurgia.

OBJETIVO: relatar um caso de recém-nascido de 30 dias, internado na UTI pediátrica, apresentando quadros de insuficiência respiratória alta por obstrução nasal D e E, sendo esta pela presença de massa avermelhada, com eventuais epistaxes, mas sem evidência de eliminação liquórica. Oroscopia de aspecto normal. A tomografia computadorizada de crânio e seios da face constatou imagem alargada na cavidade nasal E, estendendo-se até a rinofaringe, com atenuação para partes moles, contornos bem definidos, dimensionado em 4,5x1cm, sugerindo alargamento do forame cecum, podendo ter como diagnóstico diferencial neoplasia, pólipo nasal ou encefalocele frontal. Após uma criteriosa avaliação pré operatória, o tratamento de escolha foi a cirurgia por degloving nasal.

METODOLOGIA: relato de caso

RESULTADOS: a decisão de realização cirúrgica para remoção da meningocele fronto-etmoidal por meio de degloving nasal proporcionou um acesso tranqüilo, exposição adequada para a ação do neurocirurgião. Ressecou-se o seu pedículo no forame cecum alargado, fechando com vycril 4.0 e aplicando com cola de fibrina no local, ancorando a região com tampão nasal (cotonóide) por 72h, obtendo-se êxito cirúrgico nos 7 dias pós-operatório e nos 3 meses subsequentes.

CONCLUSÃO: apresentamos uma reconstrução bem sucedida de uma meningoencefalocele congênita, identificada por meio de lesão em massa na fossa nasal, causando repercusão respiratória, melhor diagnosticada após realização de tomografia computadorizada e RNM de crânio e seios da face. A meningoencefalocele presente na rinofaringe é sujeita a complicações por presença de infecções constantes de vias aéreas superiores. A decisão da correção por degloving nasal, como no caso apresentado, demonstrou segura e efetiva.

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