Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-381

TÍTULO: MENINGIOMA PETROCLIVAL: RELATO DE CASO

AUTOR(ES): ANA CRISTINA LANFRANCHI ASPRINO , IVAN SENIS CARDOSO MACEDO, ANA ADELINA GIANTOMASSI DELLA TORRE, MAURÍCIO MARTINS BALDISSIN, EDMIR AMÉRICO LOURENÇO

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ

Paciente MVRG, 46 anos, gênero feminino, casada, vendedora, natural do Rio Grande do Sul, procedência Jundiaí-SP. QPD: Hipoacusia na orelha esquerda há dois anos, início em dezembro/07. HPMA: Início de hipoacusia à esquerda há dois anos, acompanhada de vertigem esporádica, de pequena duração e zumbido agudo, evoluindo com progressão da perda auditiva, vertigem e zumbidos contínuos e cefaléia, procurando nosso Serviço. Na primeira consulta em nossa Instituição, abril/09, apresentava à otoscopia apenas discreto aumento de vascularização do cabo do martelo na orelha esquerda, sem sinais de líquido na orelha média e à direita sem alterações. Manobra de Valsalva negativa OE e positiva OD. Restante do exame físico otorrinolaringológico normal. Tomografia computadorizada (TC) de ossos temporais sem contraste: à esquerda com conteúdo em orelha média e células mastoideas com densidade de partes moles, cadeia ossicular e esporão de Chaussé preservados, conduto auditivo interno sem alterações; à direita sem alterações. Audiometria: hipoacusia neurossensorial leve à direita e mista moderada a severa à esquerda. Optado por timpanotomia exploradora da orelha esquerda, realizada em 17/06/09: acesso endaural com remoção de timpanosclerose, de tecido de aparência fibrótico não denso, como traves envolvendo a cadeia ossicular e aderências da membrana timpânica ao promontório, contudo apresentando cadeia ossicular íntegra e móvel após debridamento simples desses tecidos. Foi colocado tubo de ventilação tipo Paparella no QAI. Audiometria pós-operatória com piora da perda auditiva mista em orelha esquerda.  Foi então solicitada TC e Ressonância Magnética (RM) cerebral com contraste, realizada em agosto/09, que evidenciou lesão expansiva petroclival esquerda, com extensão para tuba auditiva, meato acústico interno e mastóide ipsilateral. Optado por biópsia neurocirúrgica, que confirmou o diagnóstico de meningioma petroclival de extensão para tuba auditiva e mastóide, e a paciente foi encaminhada para radiocirurgia neurológica com Gamma Knife. RM de crânio pós radiocirurgia junho/10 demonstrando discreta diminuição do tumor. Nova RM de cabeça será realizada para controle em seis meses. Conclusão: Meningiomas temporais são de difícil diagnóstico devido sua raridade e a maioria só é diagnosticada quando esse tumor causa sintomas neurológicos ou otológicos de acordo com a topografia do mesmo. Achados otológicos apresentam diagnóstico diferencial com colesteatoma, glomus e schwannoma. Metástase de outros tumores para a orelha média é muito raro. O tratamento do meningioma de osso temporal inclui o controle da progressão e recorrência da doença, minimizando sua morbidade. O Otorrinolaringologista deve estar atento ao diagnóstico diferencial deste tipo de doença pela dificuldade do diagnóstico precoce.

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