Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-379

TÍTULO: MELANOMA MALIGNO DE MUCOSA NASAL: RELATO DE CASO E REVISÃO NA LITERATURA

AUTOR(ES): ALONÇO DA CUNHA VIANA JUNIOR , CARLOS EDUARDO LUNA RIBEIRO LIRA, WALLACE DO NASCIMENTO SOUZA, DÉBORAH ABRAHÃO, THIAGO DOLINSKI SANTA ROSA OLIVEIRA, REGIS MARCELO FIDELIS, DANIELA LEITÃO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS

INTRODUÇÃO: O melanoma maligno de mucosa nasal é uma entidade rara, de etiologia incerta, com comportamento agressivo e potencialmente letal, muito se tem estudado na tentativa de realizar o tratamento mais adequado em busca da cura.

OBJETIVO: Relatar um caso de melanoma maligno primário de mucosa nasal e realizar uma revisão da literatura ressaltando os aspectos clínicos e biológicos relevantes desse tumor.

RELATO DO CASO: MRM, sexo feminino, 91 anos, negra, referindo episódios de epistaxes anteriores recorrentes há cerca de 6 anos, tendo realizado atendimento otorrinolaringológico onde foi sugerido biopsia nasal. Há cerca de 1 ano e 3 meses evoluiu com aumento da recorrência das epistaxes e obstrução nasal progressiva. Ao exame apresentava a mucosa nasal hipocorada e com lesão enegrecida de aproximadamente 1 cm de diâmetro localizada em septo nasal, na área II de Cottle, à esquerda, friável ao toque. À nasofibroscopia confirmava a lesão septal e evidenciava uma área enegrecida acometendo todo o corneto médio e a cabeça do corneto inferior esquerdos. Tomografia computadoriza da face demonstrou velamento das células etmoidais à esquerda.  Realizou-se uma biópsia incisional da lesão cujo laudo anátomo-patológico foi melanoma maligno. O caso foi apresentado à Comissão de Oncologia do Hospital Naval Marcílio Dias, e devido à paciente apresentar mieloma múltiplo descompensado com necessidade de medicação trombogênica, foi contra indicada tratamento cirúrgico. No momento, se mantém em acompanhamento ambulatorial com episódios recorrentes de epistaxe.

DISCUSSÃO: O melanoma acomete mais freqüentemente a pele, sendo as mucosas acometidas em apenas 5% dos casos. Geralmente atinge indivíduos acima dos sessenta anos de idade, não estando associado a sexo. Os melanomas mucosos primários do nariz e seios paranasais apresentam 1% de todos os melanomas. O acometimento mucoso nasossinusal primário é unilateral e as localizações mais freqüentes ocorrem no septo nasal, corneto médio e inferior. Quanto às localizações sinusais, estas são mais freqüentes no maxilar e etmoidal, sendo o frontal e o esfenoidal mais raramente acometidos. A epistaxe e obstrução nasal são os sintomas mais freqüentes, mas de aparecimento tardio, dificultando diagnóstico precoce, o que piora o prognóstico.

Há possibilidade de metástases ganglionares, pulmão, fígado, cérebro, pele, órbita e outros, mas a freqüência é variável de estudo para estudo. São tumores altamente recidivantes, tanto localmente quanto à distância. A TC e a ressonância nuclear magnética complementam-se na avaliação e estadiamento do tumor. O diagnóstico definitivo é realizado por meio do estudo histopatológico e imunohistoquímico. O tratamento combinado da terapia cirúrgica ampla e a radioterapia oferecem o melhor prognóstico.

CONCLUSÃO:  A valorização dos sintomas do paciente e o diagnóstico precoce são fundamentais para o prognóstico da doença.

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