Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-378

TÍTULO: MELANOMA EM FOSSA NASAL

AUTOR(ES): LILIANE SATOMI IKARI , WILSON LUIZ VALIM ZERBINATTI, FELIPE ALMEIDA MENDES, ANA CAROLINA PARSEKIAN ARENAS, HEDNALDO JOSÉ BASTOS, JOSÉ FRANCISCO DE SALES CHAGAS, SILVIO ANTÔNIO MONTEIRO MARONE

INSTITUIÇÃO: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

INTRODUÇÃO: Os melanomas de mucosa são tumores raros de etiologia desconhecida e de comportamento agressivo. Os sítios mais freqüentes são o septo nasal e a parede lateral da fossa nasal. Os sintomas mais comuns são obstrução nasal e epistaxe. Apresentam-se como tumores polipóides e friáveis, solitário ou multicêntrico. Apresenta crescimento rápido e pode haver invasão de seio paranasal ao diagnóstico.

OBJETIVO: Relatar um caso de melanoma de fossa nasal.

RELATO DE CASO: VOC, 51 anos, comparece ao ambulatório de otorrinolaringologia em dezembro de 2009, com queixa de sangramentos nasais de repetição. Refere sangramento de pequena monta pela fossa nasal esquerda e descarga posterior sanguinolenta. Possui como antecedente pessoal história de melanoma cutâneo em região de deltóide esquerdo diagnosticado em 2001, tendo sido tratado em outro serviço e com alta, sem recidivas há 5 anos. À nasofibroscopia rígida foi constatada massa de aspecto polipóide acastanhada em fossa nasal esquerda. Para dar seguimento ao caso, foram solicitados TC de seios da face e RNM de crânio com ênfase em seios da face. Paciente foi encaminhado ao serviço de dermatologia para descartar focos da doença cutânea e para os serviço de oftalmologia para descartar foco primário em retina.

DISCUSSÃO: Melanomas mucosos são mais freqüentes entre os 40 e 60 anos, havendo uma ligeira preponderância no sexo masculino. Os sintomas mais comuns são obstrução nasal, epistaxe e dor facial. Contudo há relatos de proptose, diplopia, dor facial e assimetria facial, principalmente quando há acometimento de seios paranasais. Em nosso caso, o paciente apresentava apenas obstrução nasal unilateral a esquerda acompanhada de epistaxe. Os melanomas mucosos de fossa nasal apresentam um mau prognóstico. Têm sobrevida de 5 anos de 20 a 30%, e mesmo para pacientes que estão clinicamente livres da patologia, não significa estarem curados. Estes devem ser acompanhados pelo resto de suas vidas, pois apresentam alta taxa de recorrência tumoral, estimada entre 40 e 60%, mesmo após muitos anos do diagnóstico inicial.

CONCLUSÃO: Os melanomas mucosos de fossa nasal são neoplasias raras de mau prognóstico. A melhora da sobrevida implica em diagnóstico o mais precoce e exérese cirúrgica inicial mais ampla possível. As maiores causas de falha no tratamento são as recidivas locais e a relativa freqüência de metástases a distância. A cirurgia é considerada como a melhor conduta e associada à radioterapia coadjuvante. Deve-se sempre levar em conta uma terapêutica que vise a redução do volume tumoral, melhorando a qualidade de vida, sem levar, no entanto, a sua real cura na maioria dos casos.

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