Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-364

TÍTULO: LIPOMA INTRA-ORBITÁRIO: ABORDAGEM ENDOSCÓPICA NASAL

AUTOR(ES): JOÃO FLÁVIO NOGUEIRA JÚNIOR , CAROLINA VERAS AGUIAR, MARCOS JULLIAN BARRETO MARTINS, MOISÉS XIMENES FEIJÃO, JOÃO PAULO SARAIVA ABREU, ISABELLE OLIVEIRA JATAÍ, ARTHUR CHAVES GOMES BASTOS

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA

INTRODUÇÃO

Os lipomas são as neoplasias benignas mais comuns dos tecidos moles, no entanto os lipomas de órbita são extremamente raros acometendo menos de 1% de todos os tumores desta região. Nas lesões orbitárias sintomáticas, abordagens externas, como as craniotomias supra-orbitárias, sâo atualmente consideradas como o “padrão-ouro” para o tratamento cirúrgico e descompressão locais. Entretanto, com o recente avanço nas técnicas e intrumentos endoscópicos, cada vez mais, acessos minimamente invasivos têm sido praticados.

OBJETIVOS

Descrever um caso clínico de lipoma intra-orbitário intra-conal e seu manejo através de cirurgia endoscópica transnasal.

RELATO DE CASO

FAP, masculino, 51 anos de idade, natural e procedente da cidade de Sobral-CE, foi encaminhado ao serviço de Oftalmologia da instituição com queixas de prurido ocular, abaulamento do globo ocular e perda progressiva da visão em olho esquerdo há cerca de 03 meses.       O exame físico confirmava proptose, infiltração e fixação do globo ocular à esquerda, além de ptose palpebral ipsilateral. TC com sinais sugestivos de lesão intra-conal com proptose e hipertrofia de musculatura intra-orbitária à esquerda. RNM com presença de lesão difusa em região-intra-orbitária esquerda; nervo óptico distendido e com calibre maior.

Após avaliação pré-operatória completa, o paciente foi submetido à cirurgia endoscópica transnasal. Foram realizados abertura do seio maxilar e esfeno-etmoidectomia completas à esquerda. Após exposição completa da peri-órbita, foi realizada ampla abertura para realização de biópsia e tentativa de remoção completa da lesão. A musculatura intra-orbitária foi identificada e rebatida. Um material com consistência gordurosa, entretanto com coloração enegrecida foi identificado e removido cautelosamente, expondo o nervo óptico e a vasculatura intra-orbitária. Ao final do procedimento, leve cauterização bipolar foi realizada na gordura intra-orbitária presente. Não houve complicações intra ou pós-operatórias, entratanto não houve recuperação visual completa no olho esquerdo. O material foi enviado para estudo anátomo-patológico que revelou tratar-se de lipoma orbitário.

DISCUSSÃO

Embora as abordagens externas favoreçam a exposição direta da lesão, geralmente estão associadas a morbidades significativas. Por essa razão, e pela possível facilidade de acesso à lesão, foi optado, neste caso, pela via endoscópica transnasal, técnica minimamente invasiva quando comparada à craniotomia supra-orbitária.

CONCLUSÃO

A biópsia e ressecção endoscópicas transnasais de lesões intra- orbitárias é possível e pode oferecer algumas vatagens quando comparadas às abordagens tradicionais. Entretanto é fundamental o uso de instrumentos e equipamentos especializados.

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