Suplemento Vol.76 (5) Set./Out. 2010

RELATO DE CASO (APENAS APRESENTAÇÃO COMO PÔSTER)

P-360

TÍTULO: LIPOBLASTOMA CERVICAL

AUTOR(ES): RODRIGO DE SOUZA MENDES SANTIAGO MOUSINHO , ISELENA CLAUDINO BERNARDES, LORENA SOUSA OLIVEIRA, DANILO RODRIGUES CAVALCANTE LEITE, ADEMAR MARINHO DE BENÉVOLO

INSTITUIÇÃO: HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO – HNL / HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY(HULW)

INTRODUÇÃO: Lipoblastomas são raros  tumores benignos de tecido adiposo embrionário que podem surgir em todos as regiões anatômicas1.  Ocorre principalmente em lactentes e crianças jovens, manifestando-se como uma massa de crescimento rápido e que geralmente acomete as extremidades(70%)2. Os casos envolvendo cabeça e pescoço são raros3. Os sinais e sintomas que podem ocorrer por compressão de estruturas cervicais incluem: comprometimento respiratório, síndrome de Horner e hemiparesias4. A excisão cirúrgica é curativa, porém observam-se taxas de reincidência entre 14 e 24%5.

OBJETIVO: Relatar um caso decorrente de lipoblastoma na região cervical, diagnosticado no serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HNL e tratado no HULW.

METODOLOGIA: Análise da abordagem clínica e cirúrgica que propiciaram o diagnóstico e tratamento de uma criança com lipoblastoma na região cervical.

RESULTADOS: Paciente E.G.S., sexo feminino, 12 anos de idade, deu entrada no HNL, apresentado nódulos, em região cervical direita, sem limites precisos, fixo e indolor, sendo observado há 2 meses e 1/2. Referiu nesse período alteração da fonação, dispnéia, principalmente, ao dormir, perda de peso(5kg) e dificuldade de deglutir. Negou dor ao deglutir, febre e cefaléia. Apresentou ao exame físico linfadenomegalia à direita e tumoração cervical direita de consistência elástica, indolor, sem sinais flogísticos e pulsátil. O laudo de ultrassonografia da região cervical com Doppler mostrava massa sólida heterogênea sem vascularização ao estudo Doppler, ocupando os níveis II e III à direita. A radiografia do tórax em PA apresentava aspecto normal. Foi internada para excisão e biópsia, tendo como RESULTADO anatomopatológico linfonodos cervicais sem evidências de comprometimento neoplásico. A tomografia cervical evidenciou processo expansivo com densidade heterogênea de gordura que apresenta contornos parcialmente definidos que mede aproximadamente 7,0 x 3,0 cm, estando localizado na base do crânio com extensão para o pescoço à direita. Esta formação expansiva comprime e estreita a coluna aérea da laringe e transição laringo-traqueal, além de desviar para esquerda. Tendo em vista que o SUS não autoriza procedimento benigno para o HNL, a paciente foi encaminhada para o HULW para exérese cirúrgica da tumoração com linfadenectomia radical cervical. Na cirurgia foi feita ressecção de lesão tumoral extensa a partir de incisão cervical em níveis II e III e deslocamento de retalhos. A conclusão do anatomopatológico foi de lipoblastoma com  linfonodos sem evidências de comprometimento neoplásico e margens cirúrgicas livres. A paciente continua sendo acompanhada sem queixas clínicas, com pescoço negativo e ultrassonografia com gânglios linfáticos cervicais bilaterais com aspecto ecográfico não patológico.

CONCLUSÃO: As técnicas de imagem não são adequadas para o diagnóstico. Portanto, a análise histológica ainda é obrigatória para se concluir o mesmo4.

Uma parte considerável de lipoblastomas no pescoço são combinados com dificuldades respiratórias (31%)6. Este tumor apresenta um desafio clínico e

deve ser considerado em crianças que se apresentam com uma massa cervical5. Devido ao seu comportamento benigno, a excisão cirúrgica é curativa.

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